Ativistas pró-democracia de Hong Kong prometem intensificar luta

Proeminentes ativistas de Hong Kong sublinharam, numa entrevista em Washington, que vão intensificar a luta pró-democracia no território, particularmente durante as comemorações do 70.º aniversário da República Popular da China, a 01 de outubro.

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Lusa
22/09/2019 06:14 ‧ 22/09/2019 por Lusa

Mundo

Hong Kong

 

Em entrevista à agência France-Presse (AFP), pouco antes de embarcarem para Hong Kong, Joshua Wong e Denise Ho mostraram-se bastante satisfeitos com a viagem ao estrangeiro, que também incluiu um encontro, em Berlim, com o chefe da diplomacia alemã.

A capital dos Estados Unidos, Washington, ofereceu aos ativistas uma enorme caixa de ressonância, com uma audiência no Congresso, no passado dia 17.

"É notável que as autoridades norte-americanas têm dado, nos últimos três meses, muito mais atenção às manifestações em Hong Kong do que há cinco anos", disse Joshua Wong, que com 22 anos foi convidado a dirigir-se aos parlamentares norte-americanos.

"Pequim não deve vencer em todas as frentes, colhendo os benefícios económicos do prestígio de Hong Kong no mundo e erradicando a nossa identidade sociopolítica", avisou então Wong, que se tornou um rosto do movimento pró-democracia.

Já Denise Ho, uma artista de 42 anos, censurada no interior da China, sublinhou, na entrevista à AFP, que a viagem ao estrangeiro "foi realmente frutífera".

O regresso dos ativistas à ex-colónia britânica ocorre numa altura em que os apelos a greves e manifestações aumentam face a dois aniversários fundamentais: o quinto aniversário do movimento dos guarda-chuvas, que em 2014 exigiu, sem sucesso, o sufrágio universal em Hong Kong, e o aniversário da fundação da República Popular da China, em 1949.

"Esperamos que muitas pessoas saiam à rua. E acredito que a polícia vai tentar cortar isso pela raiz", disse Denise Ho, referindo-se ao próximo dia 01 de outubro.

Ho disse temer a violência da polícia, recentemente denunciada num relatório da Amnistia Internacional.

"Hong Kong tornou-se um estado policial onde o Governo se esconde atrás das forças policiais para se recusar a oferecer soluções", disse a cantora e atriz.

A ex-colónia britânica enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com ações e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas e denunciando a resposta policial, considerada brutal pelos manifestantes.

 

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