A nova espécie de crocodilo, a que foi dado o nome de 'Crocodylus halli', foi descoberta quando investigadores confrontaram os crânios, com 90 anos, com testes em animais vivos num jardim zoológico da Florida, Estados Unidos, e é descrita num artigo publicado na quarta-feira no boletim científico Copeia.
A espécie é proveniente da Nova Guiné - a segunda maior ilha do mundo, a norte da Austrália e dividida entre o país independente Papua Nova Guiné e a província indonésia de Irian Jaya (Papua ocidental) - já conhecida de 1928 como origem da espécie de crocodilo 'crocodylus novaeguineae'. O que a análise dos crânios revelou foi existência de duas espécies distintas, uma no Norte e outra no Sul na ilha.
Chris Murray, professor assistente da Southeastern Louisiana University, e Caleb McMahan, cientista do Field Museum, dos Estados Unidos, deram continuidade a uma investigação iniciada por um outro cientista, Philip Hall, investigador da Universidade da Florida, que faleceu antes de terminar o trabalho e cujo nome a nova espécie homenageia.
Os dois cientistas concentraram-se nas variações subtis dos esqueletos de diferentes animais, encontrando diferenças que permitiram separá-los como espécies. Murray e McMahan examinaram 51 crânios classificados com sendo de 'crocodylus novaeguineae', procurando diferenças entre os crocodilos que vivem no Norte e no Sul da Nova Guiné. Os 51 crânios analisados pertenciam a coleções de sete museus dos Estados Unidos e da Austrália.
Os investigadores concluíram que os crocodilos do norte e do sul da Nova Guiné apresentavam tantas diferenças que decidiram batizar a espécie do sul como 'crocodylus halli', como homenagem a Philip Hall. "Para nós, dado o impressionante trabalho ecológico e trabalho de investigação que Hall fez nesses crocodilos, parecia apropriado nomear essa nova espécie em sua homenagem", disse McMahan num comunicado sobre a identificação da nova espécie.
A equipa de investigadores destaca a importância da atenção à ecologia e conservação de ambas as linhagens, de forma a preservar o habitat.
"Existem novas espécies por aí, mas muitas delas estão em gavetas e armários de museus e leva tempo para as analisar e descobrir isso", adianta McMahan.