Cabo Verde com mais de 600 milhões de euros de reservas externas líquidas
A diretora de Mercados e Gestão de Reservas do Banco de Cabo Verde (BCV), Elsa Brito, disse hoje que as reservas externas do país ultrapassam os 600 milhões de euros e dão para mais de cinco meses de importações.
© Lusa
Mundo Banco Central
Em declarações à imprensa, na cidade da Praia, no âmbito do 1.º Encontro de Gestão de Reservas Externas dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, Elsa Brito considerou que esse valor histórico é muito importante para o país, que tem um regime cambial fixo face ao euro, muitas vulnerabilidades externas, e é uma pequena economia aberta e muito dependente das importações.
A responsável do Banco de Cabo Verde disse que o nível das reservas é relevante porque permite, entre outras questões, suportar e credibilizar a política monetária e cambial.
Além disso, o nível de reserva permite dar confiança aos mercados, no sentido de garantir os pagamentos externos, e dá confiança aos pagamentos do Estado em termos da dívida externa e outras responsabilidades do Governo, disse.
Além disso, a situação limita as vulnerabilidades externas, porque permite ao país ter um nível de reservas suficiente para fazer face a choques que possam advir de ciclos económicos adversos, acrescentou.
Elisa Brito notou, porém, que o país tem custos por ter essa oportunidade de ter reservas externas significativas num contexto internacional de muito incerteza, em que são aplicadas taxas de juros negativas, mas também há dificuldades em fazer investimentos com retornos positivos.
Num contexto "muito complexo de gestão", disse que o BCV está a estender as suas carteiras de investimentos em euro e dólar, com maturidades muito mais longas, de forma a conseguir mitigar os efeitos dessa incerteza nos mercados internacionais.
Como fontes tradicionais de reservas externas, a diretora de Mercados e Gestão de Reservas do Banco de Cabo Verde enumerou as receitas do turismo, a dívida externa pública e privada, a rentabilidade da gestão e a dinâmica da economia.
O encontro tem como objetivo promover um espaço de discussão de matérias relevantes no âmbito da gestão de reservas e de riscos, bem como a troca de experiências em relação aos desafios que se colocam à gestão de ativos externos no atual contexto internacional de enorme complexidade.
Durante o evento serão apresentados e debatidos temas como o contexto internacional e estratégias de investimento, políticas e normas na gestão de reservas, escolha de ativos de investimento, gestão e mitigação de riscos na gestão das reservas.
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