Rio de Janeiro vai pedir ajuda da ONU para travar "genocídio"
O governador do estado brasileiro do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse no domingo à imprensa que pretende pedir ajuda ao Conselho de Segurança da ONU para enfrentar o "genocídio" que ocorre na região, referindo-se à violência.
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Mundo Genocídio
"Estamos a trabalhar para não acontecerem mais" homicídios, "como trabalhar para retirar armas, trabalhar junto das Nações Unidas, levar realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é do governador", disse Witzel, numa conferência de imprensa sobre o festival de música Rock in Rio, que decorre naquela cidade.
Segundo Witzel, a violência nas comunidades do Rio de Janeiro resultam do comércio ilegal de armas e do tráfico de drogas.
Para o governador, a solução passa pela Organização das Nações Unidas (ONU) condenar países como Paraguai, Bolívia e Colômbia, e até encerrar a fronteira com o Brasil.
"Eu tentei que o ministro Sergio Moro viesse comigo (falar com a ONU), estou a aguardar. Mas, se não vier, nós vamos sozinhos, porque o Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho junto à Organização das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança da ONU. Já pedi para entrarem em contacto com a ONU esta semana, para que eu possa expor o que está a acontecer e pedir providências junto a esses países", disse Witzel, citado pelo jornal o Globo.
"O próprio conselho pode tomar essa decisão de retaliar o Paraguai, Bolívia e a Colômbia. Países que vendem armas" têm que "ser proibidos de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre, essa situação sangrenta que vivemos nas comunidades do Rio de Janeiro. E fechar a fronteira", acrescentou o governador.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alinhado com a política de segurança do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, adotou uma forte retórica de combate ao crime, baseada no uso da violência.
Após a entrada de Witzel no poder estadual, o número de pessoas mortas pela polícia aumentou significativamente em comparação com os anos anteriores.
Entre janeiro e agosto, 1.249 pessoas foram mortas por intervenção policial, de acordo com Instituto de Segurança Pública.
Contudo, o governante frisou que a polícia não deve ser "crucificada" pelo aumento de mortes, acrescentando que, se não fosse a política de combate à violência, "muita gente em volta do Rock in Rio poderia estar morta", de acordo com o Globo.
"Quem tem que ser crucificado, digamos assim, é quem vende essas armas de forma ilícita, passando por países soberanos, para que a comunidade no Rio de Janeiro fique sangrando", disse ainda.
Na semana passada, mães de crianças mortas e feridas por balas perdidas no Rio de Janeiro protestaram em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo daquele Estado brasileiro, expondo 16 camisolas de fardas escolares com manchas vermelhas, alusivas a sangue.
O ato simbólico lembrou as 16 crianças atingidas por balas perdidas este ano, em confrontos entre polícias e grupos criminosos naquela região.
Uma das faixas usadas no protesto continha as palavras "Responde Witzel", exigindo ação do governador do Rio de Janeiro.
Uma menina de 8 anos foi morta há duas semanas por uma bala perdida, durante um tiroteio com a polícia numa favela do Rio de Janeiro, o que gerou vários protestos da população.
Na semana passada, uma outra menina, de 11 anos, foi atingida por uma bala no morro da Mineira, na região central do Rio de Janeiro, mas sobreviveu.
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