"A fórmula correta é criar uma base comum entre o Israel Beiteinu (de Lieberman), o Likud (de Netanyahu) e o Azul e Branco (dirigido por Benny Gantz). Só então discutiremos a divisão das pastas e a rotação do primeiro-ministro", declarou Lieberman num comunicado.
A de hoje foi a primeira reunião bilateral entre Netanyahu e Lieberman (que foi ministro da Defesa num Governo dirigido pelo primeiro) desde as eleições legislativas de 17 de setembro, onde o Israel Beiteinu (direita nacionalista secular) obteve oito lugares.
O Azul e Branco (centro-direita) conseguiu 33 lugares e o Likud (direita) 32, tendo Netanyahu obtido o apoio de 55 deputados e Gantz o de 54, ambos aquém dos 61 necessários para conseguir uma maioria absoluta no Parlamento (Knesset, 120 deputados).
Lieberman insiste num governo de união com os dois principais partidos para afastar do poder os partidos ultraortodoxos, tradicionais parceiros de Netanyahu, e defendeu que esta é a única solução para evitar as terceiras legislativas num ano.
O Parlamento resultante das legislativas de setembro reuniu-se hoje pela primeira vez e, tendo em conta o impasse político, teme-se pelo seu futuro.
O anterior Parlamento, após as legislativas de abril, teve a duração mais curta da história do país, pouco mais de quatro meses. A agência norte-americana Associated Press indica não haver garantia de que o atual será mais duradouro.
Além de continuar com dificuldades em formar Governo, Netanyahu continua sob análise da justiça por suspeitas de corrupção.
O procurador-geral, Avichai Mandelblit, continua hoje a audição dos advogados do primeiro-ministro em exercício, depois de ter revelado a intenção de acusar Netanyahu por corrupção, abuso de confiança e desvio de fundos.
Os seus advogados mostram-se confiantes em que as acusações sejam retiradas, mas no caso de serem apresentadas acusações formais, Netanyahu, que nega qualquer irregularidade, poderá sofrer uma forte pressão para renunciar ao cargo de primeiro-ministro.