"O governo não descartará a possibilidade de proibir a Internet", disse à agência noticiosa AFP Ip Kwok-Im, membro do Conselho Executivo da Região Administrativa Especial chinesa e deputado alinhado pelas posições do governo central chinês.
O movimento pró-democracia usa fóruns online e e-mail encriptado para organizar as ações de protesto.
Ip Kwok-Im, no entanto, enfatizou que restringir o acesso à Internet pode ter consequências negativas para Hong Kong.
"Penso que uma das condições de implementação da proibição da Internet seria não afetar as empresas de Hong Kong", disse o membro do conselho executivo, o órgão consultivo da chefe do Governo, Carrie Lam.
A ameaça de restrições ao acesso à Internet surge após três dias de 'flashmobs' e ações não autorizadas, que reuniram dezenas de milhares de pessoas em várias zonas de Hong Kong.
Muitas estações de metropolitano foram vandalizadas por grupos radicais e grande parte da rede foi fechada durante o fim de semana. Algumas estações e lojas não reabriram na segunda-feira, feriado local.
Empresas com vínculos com a China, incluindo bancos, também foram alvo de vandalismo.
Na noite de segunda-feira, as paredes de uma agência do Banco da China foram pintadas com "slogans".
Também à noite, grupos radicais vandalizaram fachadas de lojas, bloquearam artérias em muitos bairros e causaram prejuízos em duas estações de metro.
A polícia usou gás lacrimogéneo contra os manifestantes, em pelo menos três locais.
Na segunda-feira à tarde, manifestações de manifestantes mascarados ocorreram em vários centros comerciais, na sequência da decisão, tomada na sexta-feira, de proibir os rostos tapados.
Carrie Lam deu esse passo depois de se reunir com o conselho executivo, considerando necessário encerrar quatro meses de protestos sem precedentes.