Entretanto, é improvável que os turistas tenham uma estada normal na região ou que tenham ainda acesso a Internet móvel e usar os telemóveis, cujos serviços continuam suspensos.

O porta-voz do governo local, Rohit Kansal, disse que a decisão foi tomada após uma reavaliação da situação.

As restrições de segurança "foram agora retiradas quase inteiramente de todas as partes de Jammu e Caxemira", disse.

O porta-voz referiu que as restrições à entrada de turistas serão levantadas na quinta-feira.

O governo indiano instruiu turistas e peregrinos hindus a saírem da região no passado dia 2 de agosto, três dias antes da Índia retirar o estatuto especial do Estado de Jammu e Caxemira, de maioria muçulmana.

O governo (de nacionalistas hindus) do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também enviou tropas adicionais para a região, que já é uma das mais militarizadas do mundo. O governo impôs fortes restrições de segurança, cortando praticamente todas as comunicações.

Tropas indianas prenderam milhares de ativistas anti-Índia e pró-Índia, incluindo alguns líderes da Caxemira que historicamente aceitaram o domínio indiano sobre a região, nos dias que antecederam e posteriormente a revogação do estatuto especial.

As mudanças aplicadas causaram temor entre os habitantes da Caxemira, sobretudo a que permite adquirir terras na região a qualquer pessoa, e que antes era somente permitido aos locais, podendo agora resultar num afluxo de hindus.

Desde então, as autoridades indianas diminuíram algumas restrições e incentivaram os estudantes a voltarem à escola e às empresas para reabrir mas, em grande parte, os habitantes locais permanecem em casa num desafio ao domínio indiano.

Os habitantes da Caxemira lançaram uma campanha de recusa a retomar as suas atividades normais, inclusivamente, o comércio adotou novos horários limitados de operação, no início da manhã e da noite.

A paisagem montanhosa intocada da Caxemira, as estâncias de esqui, as casas flutuantes do lago e os pomares de maçã fazem dela uma atração turística há muito tempo.

No entanto, desde 1989, uma rebelião armada combate por uma Caxemira unificada - sob o domínio paquistanês ou independente dos dois países.

Cerca de 70 mil pessoas já morreram devido a este conflito.

As tensões emergentes na Caxemira também podem provocar um novo conflito aberto entre a Índia e o Paquistão, depois de Nova Deli ter imposto as restrições na área que controla.

A Caxemira está dividida entre os dois países, que reivindicam a sua totalidade territorial, tendo travado já duas guerras pelo seu controlo.