Autoridades da Libéria encerram emissora de opositor do Presidente
As autoridades liberianas encerraram hoje a estação de rádio de um crítico do Presidente do país, George Weah, tendo ainda dispersado os simpatizantes da emissora com gás lacrimogéneo, noticiam as agências internacionais.
© Reuters
Mundo Libéria
O tribunal que emitiu a ordem de encerramento acusou a estação Roots FM de incitar à violência e de retirar dinheiro aos liberianos, assim como de efetuar ameaças verbais durante as suas emissões.
A Roots FM pertence a Henry Costa, um crítico feroz de George Weah, Presidente do país desde janeiro de 2018 e que prometeu melhorar as condições de vida dos liberianos e um combate à corrupção no país.
Henry Costa tinha sido, aliás, uma peça fundamental na organização de um protesto que, em 07 de junho, levou milhares de cidadãos às ruas deste país da África Ocidental.
A emissora de Henry Costa foi também fulcral para a difusão do protesto, no país afetado pela pobreza, desvalorização da moeda e inflação, ao mesmo tempo que procura recuperar de uma guerra civil.
"É um dia muito triste, mas posso garantir que nunca seremos silenciados", afirmou Henry Costa, citado pela agência France-Presse.
Henry Costa está nos Estados Unidos, onde produz o popular programa "Costa Show", transmitido na sua emissora.
Vários membros da polícia de choque da Libéria agruparam-se na manhã de hoje junto da sede da estação de rádio, impedindo a entrada e a saída, refere a AFP.
De acordo com a mesma fonte, centenas de apoiantes da emissora foram dispersados pelas forças policiais, que recorreu a gás lacrimogéneo.
Os membros da polícia de choque entraram na sede da emissora para cumprir a ordem judicial que decretou o encerramento da Roots FM.
A ordem, consultada pelo correspondente da AFP, ordenou que a polícia revistasse as instalações e apreendesse os equipamentos.
O Procurador-Geral responsável pela emissão da ordem judicial justificou a decisão com os "atos de extorsão e chantagem cometidos pela rádio".
"Eles usam esse meio para espalhar mensagens incendiárias contra cidadãos liberianos e para incitar o ódio", disse o procurador Cyrinus Cephus, em conferência de imprensa.
Os apoiantes da Roots FM tentaram manifestar-se perante a Freedom FM, mas foram impedidos de o fazer pela polícia.
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