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Polónia: Conservadores eurocéticos favoritos nas legislativas de domingo

O partido conservador eurocético Lei e Justiça (PiS) deve vencer as legislativas de domingo na Polónia, embora sem maioria, graças a generosas novas prestações sociais e à promessa de aumentar os fundos europeus aos agricultores.

Polónia: Conservadores eurocéticos favoritos nas legislativas de domingo
Notícias ao Minuto

08:42 - 11/10/19 por Lusa

Mundo Polónia

No poder desde 2015 sob a liderança do antigo primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski, o PiS orientou a campanha para os mais desfavorecidos, acentuando o discurso conservador de exaltação dos valores familiares e prometendo aumentar o salário mínimo e as pensões e reduzir os impostos.

As zonas rurais foram também privilegiadas, com o PiS, que já é ali mais forte que nas cidades, a querer consolidar essa base de apoio com a promessa de igualar os subsídios diretos da União Europeia (UE) pagos aos agricultores polacos aos recebidos por franceses ou alemães.

A questão é recorrente, uma vez que a Polónia, como todos os Estados-membros que entraram em 2004, recebem menos dinheiro europeu por hectare por terem um custo de vida mais baixo que os restantes, mas nada na atual política agrícola da UE permite concluir que haja uma equiparação a breve prazo.

De discurso claramente nacionalista, o PiS voltou a privilegiar nesta campanha o que designa como os riscos de valores liberais "importados" da Europa.

As sondagens mais recentes atribuem-lhe 48% das intenções de voto, com clara vantagem sobre a Coligação Cívica (KO), uma aliança construída em torno do partido Plataforma Cívica (PO, centrista) que reúne 27% e cujo eleitorado está sobretudo entre a classe média das grandes cidades.

No centro da campanha da KO estiveram políticas divisivas do PiS como a polémica reforma judicial, censurada por Bruxelas como potencialmente comprometedora da independência dos juízes, e os casos controversos de ligações entre a elite dirigente e empresas.

A Esquerda Unida (Lewica), uma aliança de partidos sociais-democratas ausente do parlamento há quatro anos mas agora creditada com 12% a 14% das intenções de voto, privilegiou a denúncia dos ataques dos conservadores contra o movimento LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero] e da estreita ligação do PiS à Igreja Católica, embora alinhe no seu discurso a importância do Estado-providência que centrou a campanha dos conservadores.

Duas outras formações podem obter o 5% de votos necessários para entrar no parlamento.

A aliança de direita populista que junta o Kukiz'15 e o Partido Popular da Polónia (PSL, democrata-cristão), que nas europeias de maio integrou a coligação centrista KO mas entretanto se afastou para ir ao encontro do seu eleitorado mais conservador.

E a "confederação" de partidos extremistas recém-constituída Konfederacja, que se define como "anti-UE, antiaborto, anti-imigração e anti-"ideologia LGBT".

O voto dos cerca de 6% de indecisos será decisivo para os resultados destas alianças ou para uma eventual maioria do PiS.

O chamado "milagre económico polaco", com a economia em crescimento contínuo há quase 30 anos, beneficia sobretudo o partido no poder, o que justifica os alertas da oposição liberal para os riscos do aumento da despesa pública associado às reformas sociais do PiS.

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