"Abrir as portas" a milhares de refugiados? UE rejeita chantagem
A União Europeia (UE) rejeita o uso de refugiados como arma de chantagem pela Turquia, disse hoje o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, depois de Ancara ter ameaçado "abrir as portas" aos milhares de sírios no país.
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Mundo Tusk
"A Turquia tem que perceber que a nossa maior preocupação é com o facto de as suas ações poderem provocar uma nova catástrofe humanitária, o que é inaceitável, e que nós nunca aceitaremos que os refugiados sejam usados como arma para nos chantagear", disse Tusk.
O presidente do Conselho Europeu salientou ainda considerar que as ameaças feitas na quinta-feira pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de "abrir as portas" e enviar milhares de refugiados para a Europa se Bruxelas criticar a ofensiva militar de Ancara contra as milícias curdas na Síria, são "completamente despropositadas".
Tusk reforçou que a posição da UE é de condenação da ação militar turca no nordeste da Síria, "que deve ser parada".
Num discurso proferido em Ancara, na quinta-feira, Erdogan ameaçou que "se [os 28] tentarem definir a nossa operação como invasão, o nosso trabalho é fácil. Abrimos as portas e enviamos-vos 3,6 milhões de refugiados", ameaçou o chefe de Estado turco durante um discurso proferido na quinta-feira, em Ancara.
A Turquia acolhe no seu território 3,6 milhões de refugiados sírios, tendo o fluxo de migrantes para a UE ter sido fortemente reduzido após os 28 terem chegado a um acordo com Ancara.
A ofensiva turca, de grande escala, começou há 48 horas e, segundo Ancara, tem como objetivo afastar do norte da Síria as milícias curdas Unidades de Proteção Popular (YPG), consideradas pela Turquia como "grupo terrorista".
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