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Ofensiva turca enfrenta resistência curda, 25 civis mortos nos dois lados

As forças turcas e os seus aliados tentam hoje avançar no norte da Síria, mas enfrentam uma forte resistência dos combatentes curdos, no terceiro dia de uma ofensiva que provocou um êxodo de civis.

Ofensiva turca enfrenta resistência curda, 25 civis mortos nos dois lados
Notícias ao Minuto

15:51 - 11/10/19 por Lusa

Mundo Síria

O último balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indica que 41 combatentes curdos e 17 civis foram mortos na ofensiva desde quarta-feira.

Ancara anunciou a morte de um dos seus soldados nos combates e de oito civis, incluindo um bebé de nove meses e uma rapariga de 11 anos, devido a disparos de 'rockets' curdos sobre as cidades turcas fronteiriças.

Vizinha da Síria, a Turquia lançou na quarta-feira uma operação militar, envolvendo forças aéreas e terrestres, contra a milícia curdo síria Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera "um grupo terrorista" e que quer afastar da sua fronteira.

A ofensiva provocou protestos internacionais e vários países, nomeadamente europeus, expressaram preocupação com o futuro dos civis, mas também dos numerosos 'jihadistas' detidos pelas forças curdas, que controlam uma vasta região no norte sírio, e que poderão fugir.

Violentos combates opõem as Forças Democratas Sírias (FDS, coligação conduzida pelas YPG e que integra árabes) às tropas turcas e seus aliados sírios, disse o OSDH.

Os confrontos concentraram-se numa faixa de 120 quilómetros, ao longo da fronteira sírio turca.

"Há intensos combates (...) em várias frentes, principalmente de Tal Abyad a Ras al-Ayn", cidades fronteiriças, adiantou a ONG.

As FDS, que utilizam túneis e trincheiras para se defenderem, lutam para travar o avanço das tropas turcas, que na quinta-feira ocuparam 11 aldeias sírias, duas das quais foram entretanto recuperadas pelas forças curdas, segundo a mesma fonte.

Tal Abyad e Ras al-Ayn, quase completamente abandonadas pelos seus habitantes, são as zonas mais afetadas, indicou um centro de imprensa ligado às autoridades curdas locais.

Algumas tribos árabes juntaram-se às fileiras turcas e realizaram ataques no interior das linhas curdas ativando células adormecidas, acrescentou.

A ONU calcula que 70.000 pessoas fugiram do conflito em direção a leste, para a cidade síria de Hassaké, poupada pelos combates.

A organização Médicos Sem Fronteiras indicou ter sido forçada a fechar um hospital que apoiava em Tal Abyad, porque os bombardeamentos obrigaram à fuga dos pacientes e do pessoal de saúde.

Outras ONG alertaram contra um novo desastre humanitário na Síria.

Com a ofensiva, a Turquia espera também criar uma "zona de segurança" para instalar uma parte dos 3,6 milhões de sírios refugiados no seu território.

Em resposta às críticas europeias, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou enviar para a Europa aqueles refugiados sírios.

A "luz verde" dada pelos Estados Unidos à operação turca -ao anunciar a retirada dos soldados norte-americanos estacionados do lado sírio da fronteira -- foi considerada uma traição pelas forças curdas, que como aliadas da coligação internacional dirigida por Washington foram o principal ator da derrota dos 'jihadistas' do EI.

Em Nova Iorque, cinco países europeus que integram o Conselho de Segurança -- Paris, Berlim, Bruxelas, Londres, Varsóvia -- exigiram a suspensão da ofensiva. A França disse que os europeus analisarão "na próxima semana" a possibilidade de sanções contra Ancara.

A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.

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