Segundo os cálculos das autoridades, apenas desde Girona são mais de 10.000 os manifestantes que partiram hoje numa de cinco colunas da Marcha pela Liberdade, convocada pela Assembleia Nacional de Catalunha, para protestar contra a condenação de 12 dirigentes políticos catalães.
São cinco as marchas que partiram hoje de Girona, Vic (Barcelona), Berga (Barcelona), Tàrrega (Leda) e Tarragona e que estão a causar cortes intermitentes em importantes estradas da Catalunha, como a AP7 e a A2, à medida que avançam em etapas até chegarem ao centro de Barcelona.
Váris membros do Governo regional catalão estão inseridos nestas marchas, como é o caso de Teresa Jordá, ministra da Agricultura, que saiu de Vic, e que se vai juntar a Alba Vergés, ministra da Saúde, que está na coluna de Tàrrega, ambas vestidas com um colete amarelo e sapatos também com atacadores amarelos.
O presidente da Generalitat (governo regional), Quim Torra, juntou-se à coluna de Girona, depois de ter participado numa reunião com o ministro do Interior, Miquel Buch, para analisarem os incidentes de violência das manifestações de terça-feira, no centro de Barcelona.
Dirigentes políticos de vários quadrantes têm criticado as cenas de violência, atribuindo-as a grupos minoritários de jovens que se estão a infiltrar nas manifestações legais e pacíficas, e durante a Marcha pela Liberdade aproveitam para se demarcar desses incidentes, apelando ao civismo nos protestos.
Na coluna que partiu de Girona, alguns familiares de dirigentes esta semana condenados pela justiça, por se envolverem na tentativa de independência da Catalunha, incluindo as irmãs do ex-presidente Carles Puigdemont, Anna e Montes, caminham de braço dado com apoiantes da sua causa, como a presidente da Assembleia Nacional da Catalunha, Elisenda Paluzié.
Os media espanhóis estão a dar destaque a uma jovem, Neus Benítez, que sofre de esclerose múltipla, com apenas 10% de visão, que integrou a coluna da Marcha pela Liberdade de Girona, para percorrer 725 quilómetros a pé até Tarragona (de um lado ao outro da Catalunha), aproveitando para chamar a atenção e angariar fundos para combater a sua doença.
O Tribunal Supremo espanhol condenou na segunda-feira os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.
Assim que foi conhecida a sentença, grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.
Barcelona tornou-se, na noite de terça-feira, cenário de uma batalha campal entre polícias e manifestantes, que construíram barricadas, queimaram mobiliário urbano e pneus, fizeram fogueiras e atiraram pedras e petardos contra os polícias.