"O PKK, que faz parte dos curdos, como sabem, é provavelmente pior em termos de terrorismo e uma maior ameaça terrorista em muitos aspetos do que o [grupo 'jihadista' Estado Islâmico] EI", declarou o Presidente norte-americano no decurso de uma conferência de imprensa conjunta na Casa Branca com o seu homólogo italiano Sergio Mattarella.
O PKK está incluído na lista de "organizações terroristas" da Turquia, Estados Unidos, Canadá e União Europeia.
"Os [membros] do PKK não são anjos. O EI respeita o PKK. Sabem porquê? Porque o PKK pode ser mais duro", insistiu Donald Trump.
A Turquia desencadeou em 09 de outubro, após a retirada dos militares norte-americanos dessa região, uma ofensiva no norte da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), também definida como uma formação "terrorista" e considerada por Ancara o ramo sírio do PKK.
Nas suas declarações, o Presidente norte-americano reconheceu que a situação na fronteira entre a Turquia e a Síria é "complicada", mas referiu ser "um problema" face ao qual os EUA têm "um controlo muito reduzido".
O inquilino da Casa Branca também negou ter dado "luz verde" ao seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan para invadir o norte da Síria após ordenar a retirada das suas tropas.
"Não lhes dei luz verde. Quando dizem isso, é uma grande mentira", sublinhou, em mais uma resposta às crescentes críticas sobre essa decisão. "Foi o contrário de uma luz verde. Primeiro, tínhamos muito poucos soldados aí. Na sua maioria já tinham partido", assegurou.
O objetivo da operação militar desencadeada há uma semana consiste em criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de largura ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que atualmente vivem no território turco.
A ofensiva turca surgiu após o anúncio de Donald Trump de que as tropas dos Estados Unidos iam abandonar a zona em causa.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.