Pence e Pompeo estão na capital turca para exigir a suspensão da ofensiva turca no nordeste da Síria e para tentar negociar um cessar-fogo entre as forças turcas e curdas naquela região.
Na quarta-feira de manhã, a realização deste encontro parecia estar comprometida, com Recep Tayyip Erdogan a afirmar, em declarações ao canal Sky News, que não ia reunir-se com Mike Pence e Mike Pompeo e que só falaria com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, "se ele viesse" a Ancara.
Durante quarta-feira à tarde, o diretor de comunicação da Presidência turca, Fahrettin Altun, veio esclarecer, através da rede social Twitter, que Erdogan iria receber a delegação dos Estados Unidos liderada pelo vice-presidente norte-americano.
Na capital turca estão também o conselheiro de segurança nacional, Robert O'Brien, e o enviado especial dos Estados Unidos para a Síria, James Jeffrey.
A Turquia lançou na semana passada uma ofensiva no nordeste da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliada dos ocidentais no combate aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, mas considerada terrorista por Ancara.
A ofensiva turca surge após o anúncio do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que as tropas dos Estados Unidos iam abandonar a zona em causa.
O objetivo da operação é criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios que atualmente vivem no território turco.
Apesar do encontro com Pence e Pompeo e da pressão ocidental para a suspensão da ofensiva turca no norte da Síria, Erdogan tem vindo a excluir qualquer negociação com as forças curdas e exigiu que estas deponham as armas e se retirem da fronteira turca.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.