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Não abrir adesão da Macedónia do Norte e Albânia foi "um erro histórico"

Os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão europeia insistiram hoje que foi um erro não abrir negociações para a adesão de Macedónia do Norte e Albânia, tendo Jean-Claude Juncker defendido mesmo que a credibilidade europeia ficou comprometida.

Não abrir adesão da Macedónia do Norte e Albânia foi "um erro histórico"
Notícias ao Minuto

10:03 - 22/10/19 por Lusa

Mundo Juncker

"Os líderes tiveram um debate difícil sobre o alargamento. Depois da recomendação clara por parte da Comissão, uma grande maioria dos Estados-membros queria abrir as negociações de adesão com a Macedónia do Norte e a Albânia. Apesar disso, a unanimidade requerida não foi possível na passada semana. Na minha opinião, foi um erro, como transmiti aos líderes -- e nessa altura fui um pouco mais direto", reiterou Donald Tusk durante o debate sobre as conclusões da cimeira europeia, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Os líderes da União Europeia voltaram a falhar na sexta-feira um consenso sobre a abertura de negociações de adesão com Macedónia do Norte e Albânia, depois de horas de discussões -- tiveram início ainda durante a noite de quinta-feira, prolongaram-se pela madrugada de sexta e foram retomadas nesse mesmo dia, já depois do Conselho Europeu ter analisado os outros assuntos em agenda.

A questão do alargamento era um dos temas fortes do Conselho Europeu iniciado na quinta-feira em Bruxelas, já que os chefes de Estado e de Governo dos 28 deveriam tomar uma decisão sobre a recomendação da Comissão Europeia de maio passado no sentido de serem abertas negociações de adesão com os dois países dos Balcãs Ocidentais, face aos progressos feitos por Macedónia do Norte e Albânia, mas os líderes falharam a adoção de uma posição conjunta.

"Agora, só posso esperar que os líderes retirem as conclusões certas quando discutirem o processo de acesso antes da cimeira de Zagreb, em maio de 2020", apontou hoje o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Também o presidente do executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, que na sexta-feira qualificou este fracasso como "um erro histórico", voltou a dizer-se "dececionado" com a decisão dos chefes de Estado e de Governo da UE.

"É um erro pesado não ter aberto as negociações com estes dois países, porque fere estes países no coração e porque se a UE faz promessas que não cumpre não será respeitada pelo mundo", reforçou na sua intervenção no hemiciclo.

Na sequência da recusa da UE em abrir as negociações de adesão, a Macedónia do Norte vai realizar eleições antecipadas a 12 de abril, oito meses antes do fim da legislatura, anunciou no domingo o primeiro-ministro, Zoran Zaev.

A Macedónia do Norte é desde 2005 candidato oficial à adesão à UE, mas o início das negociações com Bruxelas foi sistematicamente adiado, em particular devido ao contencioso com a Grécia sobre o nome da ex-república jugoslava.

Nos dois últimos anos, o Governo social-democrata de Skopje firmou acordos bilaterais com a Bulgária e a Grécia para ultrapassar as tensões regionais, e aguardava que estes progressos se traduzissem numa adesão mais rápida à UE e NATO, os dois principais objetivos da política externa de Zaev.

Após o acordo com Atenas, a Antiga República Jugoslava da Macedónia (Fyrom, na sigla inglesa) passou a designar-se Macedónia do Norte e a Grécia levantou o seu veto para a adesão do país vizinho à NATO, um processo que está em marcha e que tornará a Macedónia do Norte no 30.º membro oficial da Aliança nos próximos meses. A Albânia foi integrada em 2009, juntamente com a Croácia.

Durante a visita à Macedónia do Norte do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, no início de outubro, foi manifestado o apoio de Washington à adesão do pequeno país balcânico à UE e NATO, com o objetivo de contrariar a crescente influência da Rússia e da China nos Balcãs, duas potências mundiais e que em diversos setores da política interna macedónia são considerados parceiros alternativos à União Europeia.

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