"O Ministério do Turismo irá disponibilizar 200 milhões de reais do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), através de agentes financeiros da linha de crédito, com condições diferentes de prazos e custos. O objetivo é ajudar pequenos empreendimentos turísticos a superar um possível período de retração das suas atividades", refere a tutela num comunicado difundido no seu 'site'.
Numa visita à praia de Porto de Galinhas, no estado de Pernambuco, o ministro afirmou que os recursos do Fundo têm condições para atender pequenos e médios empresários afetados pelo derrame de petróleo na região, que acontece desde o início de setembro.
"As linhas de crédito do Fungetur são muito atrativas do ponto de vista de prazo, custo do crédito e carências para estados e cidades que tiveram impacto do óleo vindo do mar", declarou o governante.
O Fungetur é operado no nordeste pela Caixa Económica Federal e pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese).
De acordo com a Marinha brasileira, desde 02 de setembro, data em que o aparecimento do petróleo nas praias foi detetado, militares foram mobilizados para as áreas contaminadas.
Centenas de voluntários, residentes na região do nordeste, também se mobilizaram para limpar, através dos seus próprios meios, as manchas de petróleo das praias, situação que o governante aproveitou para agradecer.
"Gostaria de agradecer à comunidade e ao voluntariado das pessoas junto da Marinha e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para garantir que as praias de Porto de Galinhas e outras da região continuem limpas e aptas ao banho. O Governo Federal trabalha para identificar a causa e a solução de limpeza das praias", referiu Marcelo Álvaro António.
O Ministério do Turismo informou que o edital para credenciar novos agentes financeiros, para responder à região afetada, será publicado nos próximos dias.
O último balanço do Ibama, órgão regulador do meio ambiente do Governo brasileiro, indica que os resíduos de petróleo já atingiram 201 localidades em 74 municípios dos nove estados do nordeste do Brasil.
No total, 525 toneladas de petróleo foram recolhidas.
Segundo o comandante de Operações Navais da Marinha, almirante Leonardo Puntel, que visitou o estado de Pernambuco no domingo, o derramamento de petróleo teve origem "no Oceano Atlântico, entre 500 a 600 quilómetros" da costa brasileira.
As manchas de petróleo no mar e nas praias brasileiras já mataram tartarugas marinhas, pássaros, golfinhos e crustáceos.
Segundo especialistas, o petróleo nas águas do Atlântico da costa brasileira ameaça espécies animais, algumas delas em risco de extinção como o peixe-boi, e pode contaminar a cadeia alimentar.