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Renamo recorre ao Constitucional contra o que classifica como "circo"

A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, entregou hoje um recurso à Comissão Nacional de Eleições (CNE) destinado ao Conselho Constitucional (CC), pedindo a anulação dos resultados das eleições gerais, e classificou o escrutínio como um "circo".

Renamo recorre ao Constitucional contra o que classifica como "circo"
Notícias ao Minuto

16:28 - 29/10/19 por Lusa

Mundo Renamo

"Nós queremos a anulação das eleições, porque elas não foram eleições. Foram uma caricatura, uma exibição circense", declarou Venâncio Mondlane, mandatário da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) junto dos órgãos eleitorais.

Venâncio Mondlane falava aos jornalistas quando a Renamo entregou na CNE o recurso dos resultados eleitorais.

"Nós fizemos o levantamento das gravíssimas irregularidades, dos ilícitos e até dos crimes que ocorreram durante o recenseamento eleitoral, a campanha, votação e, por último, a vergonha superlativa que aconteceu no dia do apuramento dos resultados", afirmou Venâncio Mondlane.

No recurso que submeteu hoje, prosseguiu, a Renamo juntou 155 queixas que apresentou nos tribunais distritais contra ilícitos eleitorais, acrescentou Mondlane.

Entre os ilícitos, inclui-se o recenseamento de menores, o registo eleitoral de estrangeiros e múltiplas inscrições de eleitores na província de Gaza, sul de Moçambique.

O enchimento de urnas com boletins de voto fora do controlo dos órgãos eleitorais e a inutilização de outros a favor da oposição são também apontados no recurso.

"O dia da votação foi o grande espetáculo. Por exemplo, em Meconta, aconteceu tudo: enchimento de urnas, inutilização dos boletins da oposição, detenções ilegais e agressões da polícia aos nossos delegados de candidatura", enfatizou Venâncio Mondlane.

O mandatário da Renamo considerou nulo o apuramento e centralização dos resultados das eleições gerais feitos pela CNE no dia 25 deste mês, defendendo que devia ter sido feito na presença dos mandatários dos partidos políticos, jornalistas e eleitores interessados.

"A sessão que aprova a deliberação é uma sessão ilegal e ilegítima, foi uma sessão nula e de nenhum efeito", considerou Venâncio Mondlane.

Os resultados eleitorais anunciados pela CNE no domingo em Maputo deram larga vantagem à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, cujo candidato, Filipe Nyusi, foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos.

A Frelimo conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, cabendo 60 (24%) à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%) ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou a CNE.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar) já anunciou que também vai recorrer ao CC dos resultados das eleições gerais.

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