"Temos um canal aberto com os Huthis desde 2016 e continuamos esses contactos para alcançar a paz no Iémen", disse o responsável aos jornalistas, sob condição de anonimato.
Este anúncio ocorreu depois da assinatura de um acordo de partilha de poder no sul do Iémen, ocorrido na terça-feira em Riade, patrocinado pela Arábia Saudita.
O acordo teoricamente encerra o conflito entre o Governo apoiado por Riade e os separatistas do Conselho de Transição do Sul (TCC), apoiados pelos Emirados Árabes Unidos.
"Não fechamos as nossas portas aos Huthis", acrescentou a autoridade saudita, sem fornecer detalhes sobre as modalidades de diálogo com rebeldes iemenitas.
O anúncio ocorreu após o aumento dos ataques rebeldes com mísseis e 'drones' contra cidades sauditas, após uma calma relativa nas últimas semanas.
Os Huthis ainda não reagiram a essas afirmações.
Os rebeldes, apoiados politicamente pelo Irão, tomaram a capital, Sana, em 2014 e depois assumiram o controlo de vastas áreas do norte do país.
A Arábia Saudita interveio militarmente em março de 2015, à frente de uma coligação, para impedir que os rebeldes controlassem completamente o país.
A Arábia Saudita esperava uma derrota rápida sobre os Huthis, mas o conflito continua desde então.
Durante uma visita à Arábia Saudita em setembro, o vice-secretário de Estado norte-americano para Assuntos do Médio Oriente, David Schenker, anunciou a existência de contactos entre o Governo dos EUA e os rebeldes iemenitas.
"Se os Huthis levarem a sério o decréscimo dos confrontos e concordarem sentar-se à mesa (das negociações), a Arábia Saudita apoiará a sua iniciativa e apoiará a todos os partidos políticos a encontrar uma solução" negociada, acrescentou autoridade saudita.
A 21 de setembro, os Huthis anunciaram, contra todas as probabilidades, estarem prontos para negociar a paz com Riade, reiterando uma proposta de trégua.
A Arábia Saudita reagiu com cautela a este anúncio, dizendo que julgaria os Huthis "pelas suas ações e não pelas suas palavras".