Jordânia, Emirados e Turquia violaram embargo de armas à Líbia

A Jordânia, a Turquia e os Emirados Árabes Unidos violaram o embargo de armas imposto à Líbia, desde 2011, segundo um relatório confidencial da ONU, a que a agência France Presse teve conhecimento.

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Lusa
07/11/2019 17:21 ‧ 07/11/2019 por Lusa

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ONU

"Os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia e a Turquia forneceram armas regularmente (para a Líbia), e por vezes de forma flagrante, sem grande esforço para esconder a sua procedência", dizem os especialistas das Nações Unidas que produziram o relatório.

"O grupo de especialistas identificou vários atos que ameaçam a segurança, a paz e a estabilidade na Líbia", conclui o documento.

Segundo os diplomatas que tiveram acesso ao relatório, a Jordânia é acusada de ter treinado tropas do marechal Khalifa Haftar, o homem forte da Líbia que lançou em abril uma ofensiva militar para capturar Trípoli.

O relatório diz ainda que os Emirados Árabes Unidos, outro apoio do marechal Haftar, usaram aviões bombardeiros para benefício das suas tropas.

A Turquia, que apoiou abertamente o Governo do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, forneceu equipamentos para as suas tropas, usando veículos blindados e 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados), segundo as mesmas fontes citadas no relatório.

"Ambos os lados receberam armas e equipamentos militares, suporte técnico (...) violando o embargo de armas", diz o relatório de especialistas da ONU, entregue em 29 de outubro aos países membros do Conselho de Segurança.

O documento muito pormenorizado - contendo 85 páginas e mais de 300 páginas de anexos, com fotos, mapas e comprovativos de entregas de equipamento - deve ser discutido no final do mês pelos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, antes de ser tornado público, provavelmente em dezembro.

Desde o início da ofensiva do marechal Haftar, uma "nova fase de instabilidade, combinada com os interesses de vários estados e organizações não estatais, ampliou a disputa por procuração que se desenvolveu desde 2011", denunciam os especialistas.

"As operações militares recorreram ao uso de munições guiadas por drones de precisão, que até certo ponto reduziram os danos colaterais esperados num conflito", diz o relatório.

Segundo um diplomata citado sob condição de anonimato, o relatório não menciona a presença de mercenários russos na Líbia.

Segundo informações divulgadas esta semana por meios de comunicação norte-americanos, centenas de militares foram enviados para a Líbia nos últimos meses, em apoio às tropas do marechal Haftar.

 

 

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