Bolívia: Organização dos Estados Americanos apela "à paz"
A Organização dos Estados Americanos (OEA) apelou hoje "à paz e ao respeito da lei" para resolver a crise política na Bolívia, após o Presidente Evo Morales ter renunciado ao cargo por pressão das forças armadas.
© REUTERS/Danilo Balderrama
Mundo OEA
"O Secretariado Geral apelou à paz e ao respeito da lei" e pediu "uma reunião urgente" do parlamento boliviano "para garantir o funcionamento das instituições e nomear novas autoridades eleitorais para garantir um novo processo eleitoral", indicou a OEA num comunicado.
O Presidente da República da Bolívia, Evo Morales, renunciou no domingo ao cargo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que o Presidente abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
A organização, que reúne 35 países da América do Norte, Sul e Caraíbas, também pediu que "a justiça continue a investigar a responsabilidade dos crimes cometidos" na primeira volta das eleições presidenciais de 20 de outubro, que deram a vitória de Morales, enquanto a oposição denunciou uma fraude massiva.
Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Marcelo Ebrard, anunciou que tinha pedido à Organização dos Estados Americanos (OEA) uma "reunião urgente" do organismo para avaliar a situação da Bolívia, após a demissão do Presidente boliviano, Evo Morales.
O chefe da diplomacia mexicana reafirmou a posição do México de "reivindicar e exigir respeito pela ordem constitucional e pela democracia na Bolívia".
"O Presidente da Bolívia, eleito de acordo com a Constituição da Bolívia para terminar o seu mandato em janeiro de 2020, é Evo Morales. Ele apresentou uma renúncia para evitar uma guerra civil. (...) Esses são os fatos", afirmou Ebrard acrescentando que o México só verá com "bons olhos" um Governo na Bolívia que "emane de um processo eleitoral legítimo".
Hoje, a senadora da Unidade Democrática da oposição (UD) e segunda vice-presidente do Senado da Bolívia, Jeaninne Áñez, indicou estar em condições de assumir a Presidência do país para estabelecer um Governo de transição que convoque novas eleições.
Añez disse que o que poderia assumir é uma "responsabilidade muito grande" e que exigiria "acompanhamento suficiente" dos setores cívico e cidadão, que permanecem em emergência mobilizados em várias cidades do país.
"Se as condições forem cumpridas, se eu for acompanhada pela sociedade civil, obviamente que estou disposta a enfrentar este desafio", salientou Áñez.
A Bolívia atravessa uma crise social e política desde o dia seguinte às eleições presidenciais realizadas a 20 de outubro
Ainda no domingo, Evo Morales havia já convocado novas eleições após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter recomendado a repetição do ato eleitoral por suspeitas de irregularidades no escrutínio de 20 de outubro.
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