Irão aspira à destruição do regime de Israel e não do povo judeu
O supremo líder do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, afirmou hoje que os apelos à destruição de Israel, habituais entre os responsáveis iranianos, não visam os judeus, mas o "regime" israelita.
© Lusa
Mundo Ali Khamenei
"'A aniquilação do governo israelita' (...) não significa a aniquilação do povo judeu, não temos problemas com ele", declarou o ayatollah Khamenei durante um encontro em Teerão com responsáveis de países islâmicos, segundo um comunicado divulgado no seu portal na Internet.
Os apelos aspiram à "aniquilação do regime e do Estado (israelitas) impostos", para que os palestinianos possam "escolher o seu governo e expulsar patifes como (Benjamin) Netanyahu", o primeiro-ministro israelita, adiantou o supremo líder iraniano.
Teerão não reconhece a existência de Israel, designado de "regime sionista", e apoia grupos islâmicos palestinianos na sua luta contra o Estado hebreu.
No final de setembro, o major-general Hossein Salami, comandante chefe dos Guardiães da Revolução, a tropa de elite da República Islâmica, declarou que a destruição de Israel "não é mais um sonho, mas um objetivo que pode ser alcançado".
"Não somos antissemitas. Judeus vivem na maior segurança no nosso país", assegurou hoje Khamenei, adiantando: "Apenas apoiamos o povo palestiniano e a sua independência".
O supremo líder apelou também à unidade face "ao inimigo comum", com Israel e os Estados Unidos no comando, que procura semear a discórdia entre os países muçulmanos.
As tensões entre o Irão e os Estados Unidos aumentaram muito desde a retirada unilateral de Washington em 2018 do acordo internacional sobre o nuclear iraniano e o restabelecimento de pesadas sanções económicas contra Teerão, numa campanha de "pressão máxima" contra a República Islâmica.
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