Liga Árabe reúne-se segunda para analisar decisão dos EUA sobre colonatos
A Liga Árabe reúne-se de emergência na segunda-feira para analisar a decisão dos Estados Unidos de deixar de considerar como ilegais os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, indicou hoje a organização.
© Reuters
Mundo Liga Árabe
Hossam Zaki, secretário-geral-adjunto da organização pan-árabe sediada no Cairo, disse que vários países apoiaram o pedido de uma reunião extraordinária ao nível ministerial feito pela Autoridade Palestiniana na terça-feira.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou na segunda-feira que os Estados Unidos deixam de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia contrários ao direito internacional, abandonando uma posição que Washington defendia há quatro décadas.
O embaixador palestiniano junto da Liga Árabe, Diab al-Louh, assinalou na terça-feira que aquelas declarações integram uma série de "decisões unilaterais" que contrariam o direito internacional.
Para o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, as palavras de Pompeo representam "um desenvolvimento extremamente negativo" e a decisão terá como resultado "mais violência e crueldade" contra os palestinianos por parte dos colonos israelitas, prejudicando "qualquer possibilidade" de se alcançar a paz.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos reiterou na terça-feira que os colonatos israelitas em territórios palestinianos ocupados são ilegais, sublinhando que a mudança de opinião dos Estados Unidos não altera o facto estabelecido pela lei internacional.
"A mudança de posição política de um Estado não modifica as leis internacionais, nem as interpretações que delas fizeram o Tribunal Internacional de Justiça e o Conselho de Segurança da ONU", sublinhou o porta-voz daquele Alto Comissariado, Rupert Colville, numa conferência de imprensa.
Colville adiantou que o organismo dirigido pela Alta Comissária Michele Bachelet "continua a respeitar a posição que as Nações Unidas têm há muito, que os colonatos violam o direito internacional".
O porta-voz evocou nomeadamente normas que fazem parte da 4.ª Convenção de Genebra de 1949 (que proíbe a transferência de civis por parte de um ocupante para o território ocupado) e numerosas resoluções das Nações Unidas aprovadas em 1979 e 2016.
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