"Devemos a muito curto prazo voltar a clarificar o âmbito e as condições políticas da nossa intervenção no Sahel com os cinco Estados membros do G5 Sahel [Mali, Burkina Faso, Níger, Chade e Mauritânia]", disse Macron.
"Não posso nem quero ter soldados franceses no Sahel enquanto permanecer a ambiguidade face aos movimentos antifranceses", advertiu, uma semana após a morte de 13 soldados da força de intervenção francesa Barkhane no Mali numa colisão de helicópteros.
A presença de tropas estrangeiras no Sahel, em particular da força francesa Barkhane que foi enviada para combater os grupos 'jihadistas', confronta-se aparentemente com uma crescente rejeição por parte das populações do Burkina Faso, Mali e Níger.
"Devem-nos a clareza, o facto de nos pedirem para estarmos presentes aí, e que o assumam. É necessário que seja muito claro e assumido por todos, mas de momento, e de forma suficiente, não é o caso", salientou.
"Preciso de clarificações para continuar a manter a presença francesa", insistiu num tom firme.
"É necessário que o afirmem no seu país e perante a sua opinião pública. É uma condição necessária. Extrairei as consequências caso não sejam preenchidas essas condições".
"A França não está presente [no Sahel] com objetivos neocoloniais, imperialistas, ou com objetivos económicos. Estamos aí pela segurança coletiva da região e da nossa", argumentou o Presidente francês.
Macron também explicou que pretende "organizar uma presença mais forte e mais estruturada" da França no Sahel através "de uma nova coligação" em ligação com os parceiros europeus e africanos.
Apesar da presença das forças francesas (Barkhane, 4.500 soldados), regionais (força conjunta do G5 Sahel que inclui o Mali, Burkina Faso, Níger, Mauritânia e Chade) ou da ONU (Minusma), o Sahel continua a registar ataques 'jihadistas' cada vez mais frequentes após os primeiros incidentes armados no norte do Mali em 2012.
Desde 2015, os ataques 'jihadistas' no Burkina Faso provocaram mais de 700 mortos, de acordo com a agência noticiosa AFP, e cerca de 500.000 deslocados e refugiados, segundo as Nações Unidas.