Reino Unido. Falta de resposta a questões essenciais confunde eleitores

A sete dias das eleições britânicas, Lisa Bremner não sabe em quem votar. Até tem opiniões claras sobre as duas questões essenciais em debate na Escócia, onde reside, mas nenhum dos partidos lhes responde a ambas de forma satisfatória.

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Lusa
05/12/2019 10:14 ‧ 05/12/2019 por Lusa

Mundo

Reino Unido/Eleições

Em 2014, Lisa votou contra a independência da Escócia e, em 2016, pela permanência do Reino Unido na União Europeia.

Hoje, se votar no partido nacionalista escocês (SNP na sigla em inglês), Lisa estará a escolher um partido que vai lutar por retirar a Escócia do Reino Unido, se escolher os Conservadores, estará a votar pelo 'Brexit'.

"Não há nenhum partido que junte tudo. É tudo muito confuso", disse à Lusa na quarta-feira à noite num debate sobre "o futuro incerto da Escócia" em Edimburgo.

Como explicou o jornalista Alex Massie, um dos oradores no debate, organizado pela revista britânica sobre política Spectator, na Escócia os eleitores dividem-se em quatro tipos: Os que votaram sim à independência e não ao 'Brexit', os que votaram não à independência e sim ao 'Brexit', os que votaram sim a ambos e os que votaram não a ambos.

Em entrevista à Lusa, o politólogo Michael Keating acrescentou que nenhum desses grupos tem a maioria: "Não há uma maioria em nenhuma das combinações".

Nas suas estimativas, os Conservadores deverão reunir cerca de 25% dos eleitores, aqueles que votaram 'não' à independência e 'sim' ao Brexit; enquanto o SNP deverá angariar os votos dos cerca de 50% que votaram 'sim' à independência e para ficar na União Europeia.

Depois há uma outra parte da população que está indecisa.

É o caso de Lisa Bremner ou de Ian Skilen, um reformado, 74 anos, que também procurava no debate de quarta-feira respostas para as suas preocupações: "Há um grande desequilíbrio na Escócia, com o 'Brexit' e a independência. Não é fácil, com um voto, fazer tudo o que se quer fazer".

O jornalista veterano da ITV Alastair Stewart, que moderou o debate, resumia assim a questão: "A maioria das pessoas comuns está confusa com tudo isto, porque lhes fizeram tantas perguntas diferentes. Antigamente a decisão era entre esquerda e direita, comunismo e capitalismo, socialismo e liberal-democracia. Atualmente é entre 'Brexit' e independência. E ninguém fala dos problemas que afetam as pessoas: a saúde, a educação...".

Lisa e Ian procuravam no debate em Edimburgo informação e esclarecimentos para as suas dúvidas, que certamente seriam semelhantes a muitas das dezenas de pessoas que enchiam a sala do hotel de Edimburgo na fria noite de quarta-feira.

 

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