A ativista sueca Greta Thunberg alterou a descrição da sua conta de Twitter para "pirralha", na manhã desta terça-feira, após Jair Bolsonaro a ter apelidado como tal. As declarações do presidente brasileiro surgiram após a ativista ter alertado para as lutas dos povos indígenas e mostrado preocupação com o assassinato de líderes nativos.
Bolsonaro foi questionado pelos jornalistas sobre as mortes de dois indígenas da etnia Guajajara, num atentado que ocorreu no sábado no Maranhão e respondeu.
"A Greta já disse que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço a uma pirralha dessa aí, pirralha", atirou.
Na manhã de sábado, dois membros da tribo Guajajara foram mortos a tiro e outros dois ficaram feridos numa estrada que corta uma reserva, no estado brasileiro do Maranhão.
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Esta não é a primeira vez que a jovem sueca se apropria das críticas que lhe são feitas. Em setembro, o presidente norte-americano, Donald Trump, ironizou o discurso em lágrimas da adolescente feito na ONU e disse: "Parece uma jovem muito feliz que está perante um futuro brilhante e espetacular" e Greta respondeu na mesma moeda.
Os seus comentários sobre a morte de indígenas ocorreram no momento em que decorre, em Madrid, a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, onde as políticas ambientais do Brasil têm sido alvo de críticas.