Guiné. Resultados são "incógnita" com voto decisivo de pelo menos 33%
O analista político português Jaime Nogueira Pinto considerou hoje que os resultados da segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau são "uma grande incógnita", e que o voto de 33% dos que não votaram na primeira volta pode ser decisivo.
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Mundo Guiné-Bissau
"O voto de pelo menos 33% de eleitores que, na primeira volta das presidenciais, não votaram em nenhum dos candidatos que passou à segunda volta pode ser decisivo", afirmou Jaime Nogueira Pinto, a dois dias da segunda volta das presidenciais no país, marcadas para dia 29.
Porém, admitiu também que alguns dos eleitores que votaram nos atuais candidatos, na primeira volta, possam alterar o sentido de voto, em função das campanhas de um e de outro.
O certo, para Jaime Nogueira Pinto, é que, neste momento, olhando para o cenário atual, não se vislumbra um resultado possível para a segunda volta. "É uma grande incógnita", disse o analista.
Porque quem vai disputar a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau são os candidatos Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embaló.
E, de acordo com os dados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, após a primeira volta das presidenciais no país, em 24 de novembro, Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi o candidato que obteve maior percentagem de votos, 40,13%, não conseguindo mais de metade para vencer à primeira volta.
Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), foi o segundo mais votado e obteve 27,65% dos votos, mas conta agora, na segunda volta, com os apoios de Nuno Nabian, do presidente cessante José Mário Vaz e de Carlos Gomes, alguns dos candidatos perdedores na primeira volta das eleições.
Assim, considerou Jaime Nogueira Pinto, só aqueles que não votaram num dos dois candidatos à segunda volta poderão decidir as eleições, seguindo ou não indicações dos candidatos em quem votaram na primeira volta.
Quanto aos apoios internacionais e nomeadamente de países da região, de que se tem falado, como é caso do Senegal ou da Nigéria, a cada um dos candidatos guineenses em jogo, Jaime Nogueira Pinto, considerou que quer um quer outro têm visitado os países da região e "isso significa que têm lá os seus apoios".
Além disso, sublinhou que a comunidade internacional foi "isenta", nomeadamente a CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da África Ocidental), quando ajudou a repor a estabilidade na Guiné-Bissau, na sequência da última crise política que o país atravessou, precisamente a um mês da primeira volta das presidenciais.
Agora, essa mesma comunidade internacional, que inclui a União Europeia, tem de continuar "atenta", alertou.
A taxa de abstenção na primeira volta foi das mais elevadas de sempre no país, situando-se nos 25,63%.
O Presidente cessante, José Mário Vaz, falhou a reeleição, sendo o quarto mais votado naquela altura com 12,41% dos votos.
Mais de 760.000 são chamados no domingo às urnas para escolher o próximo Presidente da Guiné-Bissau.
A campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais da Guiné-Bissau teve início no dia 13 e termina hoje.
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