Qassem Soleimani morreu num ataque dos Estados Unidos com um 'drone' [aparelho aéreo não-tripulado], em Bagdad, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu, entretanto, vingar a morte de Soleimani e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá "no lugar e na hora certos".
Tanto para os seus apoiantes, como para os seus críticos, Qassem Soleimani, que desempenhou um papel importante no combate aos 'jihadistas', era encarado como o homem-chave da influência iraniana no Médio Oriente: reforçou o peso diplomático de Teerão, nomeadamente no Iraque e na Síria, dois países onde os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a tensão tem vindo a subir de tom desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente, em meados de 2018, Washington do acordo internacional sobre o dossiê nuclear iraniano (firmado em 2015), e decidiu restaurar sanções devastadoras para a economia iraniana. Para reforçar uma eventual resposta a uma reação iraniana, que prometeu retaliar no momento e tempo certos, os Estados Unidos decidiram enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou sexta-feira que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque que matou o general iraniano, apelando "aos líderes para mostrarem o máximo de contenção" neste momento de tensão. Já o embaixador do Irão na ONU, Majid Takht-Ravanchi, afirmou que a morte do poderoso general iraniano Qasem Soleiman, num ataque dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump, foi "um ato de guerra".
Houve ainda o anúncio de um segundo ataque ataque aéreo dos EUA que tinha como alvo dois veículos de membros da Hachad al-Chaabi, a milícia iraquiana apoiada pelo Irão, onde teriam morrido cinco pessoas, mas essa informação foi desmentida na manhã deste sábado pelas Forças Armadas iraquianas.
Também este sábado, milhares de iraquianos gritaram "Morte à América", no cortejo fúnebre do principal general iraniano, Qassem Soleiman, e de um chefe paramilitar iraquiano, mortos no ataque aéreo ordenado por Donald Trump. As cerimónias contaram com a presença de