Primeiro-ministro de São Tomé rejeita conclusão de estudo sobre álcool

O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, prometeu hoje "averiguar" o conteúdo do estudo publicado esta semana na imprensa portuguesa dando conta de que no seu país as "crianças bebem mais álcool do que leite", rejeitando a conclusão da investigação.

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Lusa
04/01/2020 15:01 ‧ 04/01/2020 por Lusa

Mundo

São Tomé

"Eu lamento profundamente", disse Jorge Bom Jesus aos jornalistas durante a cerimónia oficial de celebração do Dia do Rei Amador, em São Tomé.

O estudo em causa, coordenado por Isabel de Santiago, investigadora em comunicação em saúde e assistente do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública de Portugal, denomina-se "Comunicação e Literacia na Prevenção de Consumo Excessivo de Álcool e Droga na População Escolar em São Tomé e Príncipe".

A investigação vai ser publicada na Acta Médica Portuguesa, mas esta semana a publicação das conclusões na comunicação social portuguesa gerou polémica.

"Em momento próprio nós vamos responder. O Governo tem responsabilidades e nós precisamos, de facto, de averiguar essas informações, esses documentos, se é que houve inquérito, estatísticas. Queremos ver a própria cientificidade destes estudos", prometeu o primeiro ministro são-tomense.

Mas antes de "averiguar" as informações constante do estudo de Isabel de Santiago, Jorge Bom Jesus refutou "liminarmente esta tese" de que em São Tomé e Príncipe as crianças bebem mais álcool do que leite.

"No país bebe-se muito chá, tradicionalmente, muitas infusões. Pode haver um ou outro caso esporádico, como existe em qualquer país, relativamente ao alcoolismo, mas em relação a esta faixa etária de criança é quase uma caricatura", acrescentou o chefe do executivo.

O primeiro-ministro sublinhou que, "em função dos dados" obtidos com a averiguação, o executivo atuará "em consequência".

Há um mês, referiu, o seu Governo, com o apoio do Programa das Nações para o Desenvolvimento (PNUD), promoveu em todo o país campanhas sobre alcoolismo e gravidez precoce.

"Nunca seríamos cúmplice de um processo igual", afirmou.

No seu entender, "é preciso peneirar essas informações" constantes do estudo.

O governante acusou Isabel de Santiago, portuguesa de origem são-tomense, de falta do "espírito patriótico".

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