Bolsonaro diz que combustíveis não sofreram "grande impacto"

O Presidente brasileiro disse hoje que Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morto pelos Estados Unidos, não era general, e que o preço dos combustíveis no Brasil não sofreu um "grande impacto" após a ofensiva.

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Lusa
06/01/2020 14:11 ‧ 06/01/2020 por Lusa

Mundo

EUA/Irão

"Reconheço que o preço [dos combustíveis] está alto nas bombas. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá dos Estados Unidos e Iraque, do general lá [Soleimani], que não é general, e que perdeu a vida, não causou um grande impacto", declarou à imprensa local Jair Bolsonaro, à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.

"De 5% passou para 3,5%. Não sei quanto está hoje a diferença, em relação ao dia do ataque, mas a tendência é estabilizar", acrescentou o chefe de Estado.

O executivo brasileiro terá hoje reuniões para discutir eventuais impactos da tensão entre os Estados Unidos da América (EUA) e o irão sobre o preço dos combustíveis no país sul-americano.

O Governo de Bolsonaro defendeu na sexta-feira a "luta contra o flagelo do terrorismo", no dia em que um ataque dos EUA em Bagdad matou o poderoso general iraniano Qassem Soleiman.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro alinhou-se com Washington, ao condenar expressamente o ataque à embaixada dos EUA em Bagdad, no início da semana, mas não o ataque aéreo de sexta-feira ordenado pelo mandatário norte-americano Donald Trump.

"O Governo brasileiro manifesta o seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo", referiu o Itamaraty.

O Brasil "está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento", acrescentou.

O Executivo liderado por Jair Bolsonaro, forte aliado do Presidente Donald Trump, sublinhou que "o terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Médio Oriente e aos países desenvolvidos".

Assim, defendeu, o "Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul".

"O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive o seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas", refere ainda.

O chefe de Estado brasileiro tinha admitido que o ataque dos EUA no Iraque, que matou o comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Quds, iria afetar o preço do petróleo e podia "complicar" o mercado de combustíveis no Brasil.

"Que vai ter impacto, vai. Agora, vamos ver o nosso limite aqui. Se subir (o preço dos combustíveis), que já está alto, pode complicar", afirmou o chefe de Estado à saída do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial, em Brasília.

No comunicado divulgado na sexta-feira à noite, o Itamaraty pediu ainda respeito pela Convenção de Viena, na sequência do ataque inédito à embaixada dos EUA em Bagdad, e pela "integridade dos agentes diplomáticos dos EUA reconhecidos pelo Governo iraquiano presentes naquele país".

Qassem Soleiman, figura-chave da crescente influência iraniana no Médio Oriente, morreu na sexta-feira num ataque dos Estados Unidos com um 'drone' [aparelho aéreo não tripulado], em Bagdad, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte de Soleimani, e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá "no lugar e na hora certos".

 

 

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