Robert Abela, 42 anos, foi eleito na noite de sábado para domingo, por uma confrontável maioria de militantes do partido (58%), à liderança do 'Partit Laburista'.
Muscat anunciou em 01 de dezembro a sua saída do executivo dois anos antes do final do seu mandato, devido ao impacto do inquérito sobre o assassínio em 2017 da jornalista Daphne Caruana Galizia, arrastando na demissão os seus mais próximos colaboradores.
A sua retirada de cena era exigida por centenas de manifestantes que inicialmente se concentraram todos os meses pela data de aniversário da morte da 'blogger', e de seguida durante todas as semanas e por fim todos os dias, no final de 2019.
Em declarações após a tomada de posse, Abela prometeu "melhorar a qualidade de vida dos malteses", mas não se pronunciou sobre o caso Daphne Caruana Galizia, nem da corrupção ao mais alto nível, denunciada com insistência pela jornalista.
Dezenas de simpatizantes e membros do seu governo aplaudiram, alguns com lágrimas nos olhos, a saída de cena de Muscat, referiu a agência noticiosa AFP.
Cerca de 200 pessoas reuniram-se frente ao palácio presidencial para saudar Abela, antes e após a cerimónia do juramento.
À saída, foi travado por apertos de mãos e 'selfies', acompanhado por sua mulher Lídia, advogada como ele, e pela sua filha Giorgia, de 7 anos.
Caruana Galizia investigava companhias 'offshore' relacionadas com políticos próximos de Muscat, e o seu trabalho era direcionado a diversos membros do seu governo.
No decurso do conclave partidário, Abela prometeu "reparar" a reputação de Malta. O Parlamento Europeu censurou Malta pelo desrespeito por diversas regras do Estado de Direito e recomendou reformas dos seus sistemas judicial e policial.
De acordo com os procuradores de Malta, estão sob investigação o antigo chefe de gabinete de Muscat, que nega qualquer envolvimento.
O dono de um casino nesta ilha mediterrânica foi ainda indiciado por alegada cumplicidade no atentado à bomba que matou a jornalista, e também negou a sua participação.
Três homens foram detidos nas semanas que se seguiram ao atentado bombista, suspeitos de terem colocado a bomba na viatura de Caruana Galizia.