Líder supremo do Irão menoriza manifestações anti-poder em oração semanal
O líder supremo do Irão deu hoje a entender que os protestos contra o poder devido ao abate do avião ucraniano não eram representativos de todo o povo, quando dirigia a grande oração semanal em Teerão.
© Reuters
Mundo Ali Khamenei
Decisor último dos principais assuntos da República Islâmica, o 'ayatollah' Ali Khamenei falava na mesquita Mosalla pela primeira vez desde 2012.
O sermão foi interrompido numerosas vezes por gritos de "Morte à América" e "Morte a Israel" por parte da multidão que se espalhava também pela esplanada da mesquita, de acordo com imagens da televisão estatal.
No início do mês, os Estados Unidos e o Irão pareceram próximos de um confronto militar direto.
A 03 de janeiro, Washington matou num ataque em Bagdad o principal general iraniano, Qassem Soleimani, arquiteto da influência regional iraniana. Cinco dias mais tarde, o Irão respondeu disparando mísseis contra bases iraquianas com soldados norte-americanos.
No mesmo dia, o Irão abateu "por erro" um avião ucraniano, que acabava de deslocar do aeroporto Teerão, matando as 176 pessoas a bordo, a maioria iranianos e canadianos.
Os iranianos que tinham saído à rua para criticar os Estados Unidos e o ataque contra Soleimani, voltaram a manifestar-se após o Irão assumir responsabilidade no abate do avião, desta vez contra o poder na República Islâmica.
Khamenei disse que o desastre foi um "acidente amargo" que "queimou o coração" dos iranianos.
"Mas alguns tentaram (utilizá-lo) de modo a (fazer) esquecer o grande martírio e sacrifício" de Soleimani, assinalou numa alusão às manifestações de cólera contra as autoridades iranianas.
Louvando a ação de Soleimani fora das fronteiras do país pela "segurança" da nação iraniana, o ayatollah Khamenei afirmou que o povo iraniano está a favor da "firmeza" e da "resistência" face aos "inimigos".
As concentrações anti-poder têm decorrido diariamente e a polícia foi destacada hoje em grande número na capital iraniana.
As autoridades anunciaram hoje que "a pedido insistente da população" iriam decorrer durante o dia em todo o país, com exceção de Teerão, concentrações de apoio ao "sistema sagrado da República Islâmica" e às forças armadas.
Após manifestações anti-poder, o presidente iraniano, Hassan Rohani, reconheceu implicitamente na quinta-feira a existência de uma crise de confiança em relação às autoridades e defendeu a sua política de abertura.
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