CNE cancela conferência de imprensa a pedido de Liga dos Direitos Humanos

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau cancelou a conferência de imprensa prevista para hoje a pedido da Liga Guineense dos Direitos Humanos na sequência de um encontro para procurar uma solução para a crise eleitoral.

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Lusa
28/01/2020 13:35 ‧ 28/01/2020 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau/Eleições

Em declarações aos jornalistas no final do encontro, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva disse que a reunião visou tentar procurar uma solução para a crise eleitoral e pedir ao presidente da CNE, José Pedro Sambú, para cancelar uma conferência de imprensa.

Augusto Mário Silva disse que pediu ao presidente da CNE para cancelar a conferência de imprensa "para permitir" à Liga "fazer algumas diligências com vista à procura de uma solução para a crise eleitoral".

"Tivemos um bom acolhimento por parte da CNE, que decidiu cancelar a conferência de imprensa, e veio-nos dar algum tempo para de facto incitarmos os contactos necessários para efetivamente todos juntos procurarmos uma solução duradoura para este imbróglio eleitoral", sublinhou o também jurista.

Segundo Augusto Mário Silva, a Liga Guineense dos Direitos Humanos pretende "falar com todas as entidades implicadas no processo".

"Vamos falar com o Supremo Tribunal de Justiça, sabemos que é uma decisão judicial, também vamos falar com os partidos políticos e os candidatos e penso que podemos encontrar uma solução política para esta dificuldade que estamos a assistir", disse.

O responsável salientou também que as "instâncias judiciais já fizeram o seu trabalho e estão a fazer".

"Não queremos com isto pôr em causa o trabalho que o Supremo está a fazer, mas é importante, tendo em conta a dinâmica política, também fazermos essas diligências com vista a encontrarmos uma solução política para a crise", afirmou.

Segundo o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, não se pode continuar a assistir à "troca de palavras entre instituições por via da comunicação social".

"Nós temos de privilegiar mecanismos institucionais de resolução dos conflitos em detrimento de recurso sistemático aos órgãos de comunicação social", afirmou.

Para Augusto Mário Silva, estão lançadas as bases para resolver a situação.

"Espero contar com a colaboração sincera de todos os guineenses para sairmos desta situação e voltarmos a confiar nas nossas instituições, tanto no poder judicial como na Comissão Nacional de Eleições", disse.

Fonte da CNE confirmou à Lusa que a conferência de imprensa foi cancelada a pedido da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

O Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau ordenou à CNE para repetir o apuramento nacional nos termos do artigo 95.º lei eleitoral dos resultados das eleições presidenciais, realizadas a 29 de dezembro.

A CNE divulgou a 01 de janeiro os resultados provisórios das eleições presidenciais, sem, segundo o Supremo Tribunal de Justiça, ter terminado o apuramento nacional.

Na sequência de um recurso de contencioso eleitoral, apresentado pelo candidato Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Supremo Tribunal de Justiça já tinha emitido um acórdão a pedir o cumprimento do artigo 95.º da Lei Eleitoral, tendo mais tarde, numa aclaração, insistindo na necessidade de realizar o apuramento nacional.

A CNE, por seu lado, diz que concluiu o processo com a divulgação dos resultados definitivos, que dão a vitória a Umaro Sissoco Embaló com 53,55% dos votos e a Domingos Simões Pereira 46,45%.

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