A companhia aérea British Airways suspendeu, esta quarta-feira, os voos para a China após o número de casos de infeção de coronavírus no país ter ultrapassado o da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Recorde-se que a SARS atingiu a China entre 2002 e 2003 e matou 774 pessoas em todo o mundo, segundo dados oficiais hoje divulgados.
A British Airways suspendeu as ligações aéreas na página oficial até março, pelo menos, depois de o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico ter alertado contra "viagens não essenciais". "Suspendemos todos os voos de e para a China continental, com efeito imediato, após a recomendação do Ministério das Relações Exteriores", afirmou a companhia aérea britânica num comunicado enviado à Agência France Presse (AFP).
Também a Virgin Atlantic contactou os passageiros que tivessem voos marcados para a China e Hong Kong, entre 22 de janeiro e 29 de fevereiro para que os remarcassem, mudassem o destino ou pedissem um reembolso.
Entretanto, a companhia aérea russa Ural Airlines, que opera para Munique, Paris e Roma, anunciou a suspensão de todos os voos para a Europa devido à disseminação do novo coronavírus (2019-nCoV). Segundo a Ural Airlines, sediada em Ekaterinburg, nos Urais, os voos da companhia para a Europa são "tradicionalmente frequentados por grandes grupos de excursões organizadas da China".
Nas últimas 24 horas, 26 pessoas morreram na China, o que elevou o número de vítimas mortais para 132 e o número de casos confirmados subiu para 5.974 - um aumento de 1.459 em relação a terça-feira. Estes números significam que o novo vírus tem agora mais infetados do que a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) que infetou 5.327 pessoas.
A cidade de Wuhan é o epicentro do vírus e já foi encerrada pelo governo chinês a semana passada, o que desencadeou que outros países começassem a retirar os seus cidadãos. Partem, entre hoje e sexta-feira, dois aviões da UE para repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem "independentemente da nacionalidade", garantiu Bruxelas.
Os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.