Nova liderança da UA quer resolver conflitos e fechar acordo de comércio
O chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, apontou hoje a resolução de conflitos no continente e a finalização do acordo de livre comércio como as prioridades da sua presidência da União Africana, que hoje assumiu.
© Reuters
Mundo UA/Cimeira
"Focaremos os nossos esforços na resolução de conflitos através do continente, especialmente naqueles países que vivem conflitos prolongados", disse o Presidente sul-africano.
Nesse sentido, Cyril Ramaphosa, prometeu envidar esforços para organizar uma conferência sobre a Líbia para promover "um cessar fogo" e estabelecer o diálogo entre as partes em conflito, bem como "trabalhar com as partes no Sudão do Sul para implementar as decisões do acordo e abrir caminho à formação do governo de unidade nacional".
Anunciou também que a África do Sul irá acolher, em maio, uma cimeira extraordinária da União Africana sob o lema do silenciamento das armas no continente, para avaliar o programa adotado em 2013 com o objetivo de acabar com os conflitos no continente até 2020.
"Da cimeira que vamos acolher têm de sair ações concretas que como africanos temos que tomar para acabar com os conflitos e lidar com atos de terrorismo em muitos países em regiões como o Sahel, o Corno de África e que agora estão a alastrar a outras partes", disse.
Cyril Ramaphosa sublinhou ainda a necessidade de a comunidade de 55 países continuar a guiar-se pelo princípio de que "são precisas soluções africanas para problemas africanos" na abordagem aos vários conflitos da região.
O novo líder da UA apontou ainda como objetivo da presidência sul-africana posicionar África como um "ator global forte e resiliente" num contexto de multilateralismo nas questões internacionais e de reforço das relações com as Nações Unidas.
"O nosso futuro coletivo depende da nossa cooperação e em assegurar que não deixamos ninguém para trás", considerou, reafirmando a solidariedade da UA com os povos palestiniano, na sua "legitima luta por um estado soberano", e do Saara Ocidental pelo direito à autodeterminação.
Cyril Ramaphosa, que recebeu hoje simbolicamente o martelo e a bandeira da União Africana das mãos do homólogo egípcio Al-Sissi, reafirmou o compromisso da sua presidência com uma agenda da boa governação e democracia como forma de erradicar os conflitos.
Neste contexto, e também como presidente do African Peer Review Mechanism (APRM), apelou para que todos os países adiram a esta agência da organização, destinada a promover as boas práticas de governação e a avaliação dos governos e chefes de Estado pelos seus pares.
A adesão é voluntária e aderiram até agora 40 dos 55 estados da organização, mas o Presidente sul-africano quer promover a entrada de todos os estados neste mecanismo até 2030.
Em matéria económica, Cyril Ramaphosa assumiu o compromisso de finalizar o Acordo Livre Comércio em África (AfCFTA, na sigla em inglês) e anunciou a realização de uma cimeira extraordinária da organização sobre este tema em maio.
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