Xi Jinping soube da gravidade do coronavírus 15 dias antes de o admitir
Mais de 1.600 pessoas já morreram devido ao novo coronavírus chinês (Covid-19).
© Reprodução
Mundo China
Um discurso recente do presidente chinês, que foi publicado pelos meios estatais, indica que Xi Jinping deu instruções para combater o coronavírus Covid-19 a 7 de janeiro, duas semanas antes de alertar a população para os riscos de contágio e de tomar as primeiras medidas públicas.
O discurso em questão foi publicado com o objetivo de mostrar que o Partido Comunista atuou de forma decisiva desde o início. Mas a verdade é que expõe o presidente chinês a críticas pelo facto de não ter alertado desde logo a população.
Xi Jinping, conforme se pode ler no relato da revista Qiushi, do Partido Comunista Chinês, refere que, após o surto da nova pneumonia por coronavírus em Wuhan, solicitou "a prevenção e o controle da nova pneumonia por coronavírus".
Apesar disso, só no dia 20 é que falaria em público sobre o surto. Foi só nesse dia que a China admitiu que, afinal, o novo coronavírus era transmissível entre humanos. Dias depois, no dia 23, Xi Jinping autorizou que se colocasse Wuhan de quarentena, o epicentro do surto, uma cidade com 11 milhões de pessoas.
Se numa primeira fase, o presidente chinês esteve afastado dos holofotes mediáticos - enquanto o país via, dia após dia, o número de infectados e de mortos a crescer -, recentemente Xi Jinping tem-se mostrado particularmente empenhado na responsabilização de funcionários locais, tendo demitido dois altos cargos da comissão de saúde da província de Hubei.
A morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato "infundado e ilegal", levou a reações imediatas nas redes sociais chinesas e a apelos à liberdade de expressão.
A má gestão e ocultação de informações cruciais aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou pneumonia atípica, entre 2002 e 2003, levou à queda do presidente da câmara de Pequim, Meng Xuenong - que foi substituído pelo atual vice-presidente da China, Wang Qishan - e do ministro da Saúde, Zhang Wenkang.
De acordo com o último balanço, mais de 1.600 pessoas já morreram devido ao novo coronavírus, a larga maioria na China. Este sábado, registou-se a primeira morte na Europa: um turista chinês, hospitalizado em França, não resistiu a uma pneumonia causada pelo Covid-19.
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