MNE russo diz que missão da UE deve "estar em acordo com ONU"
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros considerou hoje, em Roma, que a missão da União Europeia destinada a impedir o envio de armamento para a Líbia deve ser concretizada "em acordo com o Conselho de Segurança das Nações Unidas".
© Reuters
Mundo Serguei Lavrov
Na sequência de um encontro Rússia-Itália, Serguei Lavrov assegurou ter obtido, por parte dos responsáveis italianos, uma "explicação detalhada da missão aprovada ontem [segunda-feira] pela União Europeia" (UE).
Esta posição russa sobre a questão líbia surge na sequência do acordo obtido na segunda-feira pela UE sobre o envio de navios de guerra para o leste da Líbia com o objetivo de impedir a entrega de armas ao país em guerra civil, e na condição, imposta por diversos países, de não permitir que essa operação naval implique um aumento dos fluxos migratórios nesta região do Mediterrâneo em direção à Europa.
Esta nova missão será desencadeada em breve e vem substituir a operação 'Sophia', lançada em 2015 em plena crise migratória.
"Os navios serão deslocados para leste, com o objetivo de vigiar as armas, e não o percurso da rota dos migrantes", precisou o chefe da diplomacia italiana, Luigi di Maio, após um encontro bilateral que inclui os ministros da Defesa dos dois países.
Di Maio referiu-se a um "primeiro acordo político" concluído em Bruxelas sobre a nova missão europeia, que poderá incluir o recurso a "meios aéreos e terrestres".
Os confrontos entre as fações rivais líbias prosseguem com crescente intensidade desde o derrube, em 2011, do ex-líder Muammar Kadhafi, na sequência de uma revolta popular e de uma intervenção militar conduzida pela França, Reino Unido e Estados Unidos.
Os combates opõem desde abril, nos arredores da capital Tripoli, as tropas do Governo de acordo nacional (GNA), dirigido por Fayez al-Sarraj, às forças do marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio que desencadeou uma ofensiva para conquistar a capital.
O marechal Haftar é apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, Egito, Jordânia, com assistência da Rússia, enquanto o GNA, reconhecido pela ONU, conta como aliados a Turquia e o Qatar.
Em 12 de janeiro foi instaurada uma trégua, e no decurso da conferência internacional de Berlim que decorreu uma semana depois, as partes aceitaram o fim das ingerências externas, a intensificação das negociações e o respeito do embargo às armas.
No entanto, combates esporádicos continuam a registar-se diariamente perto de Tripoli, e as armas continuam a afluir ao país do norte de África.
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