"Suspendemos temporariamente as visitas guiadas ao Palácio como medida de precaução ligada ao Covid-19", explicou a porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci, referindo que o encerramento do local vigorará até ao próximo dia 13.
A ONU também está a examinar os eventos agendados para Genebra nos próximos dias, admitindo que, devido às recomendações da Organização Mundial da Saúde, as atividades e reuniões poderão ser adiadas "a fim de preservar a saúde dos participantes", explicou Vellucci.
As Nações Unidas também decidiram cancelar todas as reuniões paralelas às sessões do Conselho de Direitos Humanos (que duram até 20 de março), como eventos organizados por países e organizações não-governamentais sobre temas específicos.
"Circunstâncias fora do nosso controlo obrigam-nos a reagir e a tomar medidas cautelares", explicou a presidente do Conselho, a austríaca Elisabeth Tichy-Fisslberger.
A organização também pediu aos enviados especiais que deveriam vir a Genebra apresentar os seus relatórios que façam antes as suas apresentações por videoconferência.
As decisões da ONU na Suíça (sede europeia das Nações Unidas) foram anunciadas depois de a organização ter cancelado na sexta-feira todos os eventos públicos ou privados que reúnam mais de 1.000 pessoas.
O Salão Automóvel de Genebra, que deveria começar esta semana, o Festival de Cinema e o Fórum Internacional de Direitos Humanos, todos marcados para o período entre 06 e 15 de março e que acolhem quase 40.000 pessoas todos os anos, foram também cancelados hoje.
A Suíça é afetada pela epidemia de Covid-19 desde 25 de fevereiro, tendo sido hoje anunciado um 25.º caso pela entidade que regula a saúde naquele país.
A direção-geral de saúde local passou o nível de alerta de amarelo para vermelho e juntou três novas regras de conduta para evitar o contágio de Covid-19: os lenços usados devem ser deitados fora numa lixeira fechada, os apertos de mão devem ser evitados e os suspeitos de estarem doentes devem telefonar sempre antes de se dirigirem ao médico ou às urgências dos hospitais.
Até agora, as regras passavam apenas por lavar bem as mãos, tossir e espirrar para um lenço ou na dobra do cotovelo e ficar em casa em caso de se ter febre e tosse.
A epidemia Covid-19, detetada em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, já provocou mais de 2.900 mortos e infetou mais de 87 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países. Das pessoas infetadas, mais de 41 mil recuperaram.
Além dos mais de 2.800 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong, Estados Unidos e Taiwan. Em Portugal foi hoje confirmado um infetado e um outro caso que aguarda uma contraprova
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".
