De acordo com o ministério, existem atualmente 2.336 casos do novo coronavírus na República Islâmica do Irão, sendo que, na segunda-feira, os valores registados davam conta de 1.501 doentes.
Os novos números, que continuam a colocar o Irão como o país com mais mortos causados pelo Covid-19 a seguir à China, considerada o epicentro do coronavírus, provocam, no entanto, dúvidas cada vez maiores ao público iraniano, que se tem mostrado muito crítico não só em relação a valores como à forma como as autoridades têm lidado com a epidemia.
Hoje, em conferência de imprensa, o Guia Supremo do Irão ordenou que as forças armadas da República Islâmica passem a ajudar o Ministério da Saúde a combater a disseminação do novo coronavírus.
A decisão do Guia supremo, 'ayatollah' Ali Khamenei, foi tomada depois de a comunicação social estatal ter divulgado imagens suas a plantar uma árvore com luvas descartáveis.
"Tudo o que possa ajudar a saúde pública e impedir a propagação da doença é bom, o que ajuda a disseminá-la é pecado", disse Ali Khamenei.
Depois de minimizar as consequências do coronavírus na semana passada, as autoridades iranianas dizem agora ter planos para mobilizar 300.000 soldados e voluntários para enfrentar a epidemia.
A preocupação com o surto estende-se agora à liderança do Irão, depois o membro do Conselho de Conveniência Mohammad Mirmohammadi, de 71 anos, ter morrido alegadamente vítima do coronavírus.
Os especialistas internacionais receiam que a percentagem de mortes por infeções do Covid-19 seja muito maior no Irão do que noutros países e sugerem que o número de infetados no país pode ser muito maior do que as autoridades divulgam.
O Irão foi o único país em que o coronavírus afetou gravemente os membros do Governo, mesmo em comparação com a China.
Mirmohammadi foi o membro de mais alta patente na teocracia iraniana a ser morto pelo vírus, mas o Covid-19 já tinha matado anteriormente Hadi Khosroshahi, ex-embaixador do Irão no Vaticano, e um membro recentemente eleito do parlamento.
Entre os doentes estão ainda o vice-Presidente Masoumeh Ebtekar, mais conhecido como "Sister Mary", a porta-voz de língua inglesa dos estudantes que estiveram detidos na embaixada dos EUA em Teerão em 1979, e o vice-ministro da Saúde, Iraj Harirtchi.