Covid-19: Número de mortos no Irão aumenta para 77

O número de mortos causados pelo surto de Covid-19 no Irão subiu hoje para 77, mais 11 do que na segunda-feira, anunciou hoje o Ministério da Saúde, acrescentando que o número de casos aumentou 55% num dia.

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Lusa
03/03/2020 11:28 ‧ 03/03/2020 por Lusa

Mundo

Irão

 

De acordo com o ministério, existem atualmente 2.336 casos do novo coronavírus na República Islâmica do Irão, sendo que, na segunda-feira, os valores registados davam conta de 1.501 doentes.

Os novos números, que continuam a colocar o Irão como o país com mais mortos causados pelo Covid-19 a seguir à China, considerada o epicentro do coronavírus, provocam, no entanto, dúvidas cada vez maiores ao público iraniano, que se tem mostrado muito crítico não só em relação a valores como à forma como as autoridades têm lidado com a epidemia.

Hoje, em conferência de imprensa, o Guia Supremo do Irão ordenou que as forças armadas da República Islâmica passem a ajudar o Ministério da Saúde a combater a disseminação do novo coronavírus.

A decisão do Guia supremo, 'ayatollah' Ali Khamenei, foi tomada depois de a comunicação social estatal ter divulgado imagens suas a plantar uma árvore com luvas descartáveis.

"Tudo o que possa ajudar a saúde pública e impedir a propagação da doença é bom, o que ajuda a disseminá-la é pecado", disse Ali Khamenei.

Depois de minimizar as consequências do coronavírus na semana passada, as autoridades iranianas dizem agora ter planos para mobilizar 300.000 soldados e voluntários para enfrentar a epidemia.

A preocupação com o surto estende-se agora à liderança do Irão, depois o membro do Conselho de Conveniência Mohammad Mirmohammadi, de 71 anos, ter morrido alegadamente vítima do coronavírus.

Os especialistas internacionais receiam que a percentagem de mortes por infeções do Covid-19 seja muito maior no Irão do que noutros países e sugerem que o número de infetados no país pode ser muito maior do que as autoridades divulgam.

O Irão foi o único país em que o coronavírus afetou gravemente os membros do Governo, mesmo em comparação com a China.

Mirmohammadi foi o membro de mais alta patente na teocracia iraniana a ser morto pelo vírus, mas o Covid-19 já tinha matado anteriormente Hadi Khosroshahi, ex-embaixador do Irão no Vaticano, e um membro recentemente eleito do parlamento.

Entre os doentes estão ainda o vice-Presidente Masoumeh Ebtekar, mais conhecido como "Sister Mary", a porta-voz de língua inglesa dos estudantes que estiveram detidos na embaixada dos EUA em Teerão em 1979, e o vice-ministro da Saúde, Iraj Harirtchi.

 

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