Perante a suspeita (posteriormente confirmada) de um caso suspeito de Covid-19 no Brasil, uma equipa de cientistas brasileiros entrou numa corrida contra o tempo para sequenciar o ADN da nova estirpe do coronavírus. De acordo com a BBC Brasil, investigadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) sequenciaram o genoma do vírus em 48 horas.
“Em média, os países estão a conseguir fazer o sequenciamento de 15 dias. Queríamos fazer em 24 horas, bater o recorde, mas nem tudo funcionou no processo. Fizemos em 48 horas, como o Instituto Pasteur em França”, sublinhou a investigadora do IMT-USP Ester Cerdeira Sabino.
“Nas epidemias anteriores, como o SARS ou o MERS, era possível sequenciar o vírus, mas os resultados só eram obtidos meses depois. Agora estamos a conseguir fazer o sequenciamento em tempo real, enquanto a epidemia acontece”, acrescentou a investigadora.
Essa rapidez no sequenciamento poderá ajudar na “tomada de decisões”, assim como na melhoria dos testes de diagnóstico. Também pode contribuir para o desenvolvimento de uma vacina. Descodificar o ADN de um vírus também permite identificar as suas mutações, os pontos fortes e os pontos fracos.