"Temos o primeiro caso de coronavirus confirmado na Argentina. É um paciente importado, que veio da Itália", anunciou o ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, em conferência de imprensa em Buenos Aires, capital do país.
Na América Latina, foram já confirmados 16 casos do surto de Covid-19: sete no Equador, cinco no México, dois no Brasil, um na República Dominicana e um agora na Argentina.
O ministro da Saúde do distrito federal de Buenos Aires, Fernán Quirós, também presente na conferência, adiantou que todos os passageiros do voo em que seguia o doente serão contactados.
"O Ministério da Saúde está a identificar todos os contactos próximos durante o voo sob risco de contágio, para fazermos os exames e aplicarmos o protocolo de isolamento", anunciou.
O primeiro caso de coronavírus na Argentina é de um homem de 43 anos, residente na capital, procedente de um voo da Alitalia de Milão. Esteve 14 dias no norte da Itália, mas também esteve em Barcelona, Espanha.
O doente chegou no domingo ao aeroporto de internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, sem que os sintomas fossem ainda claros. Nesse dia começou com um quadro febril, mas previamente teve tosse e dor de garganta.
O paciente deslocou-se a uma clínica privada, momento a partir do qual foram ativados os protocolos, tendo a confirmação chegado hoje.
"Assim que ele se apresentou na clínica, rapidamente e sem contacto com ninguém na sala de espera, o paciente foi isolado", garantiu Fernán Quirós.
Segundo o ministro da Saúde do distrito federal de Buenos Aires, o doente "viajou em 1.ª classe, o que o ministro González García, procurando tranquilizar a população quanto ao risco de uma eventual generalização.
"Vamos lutar para que o vírus não se dissemine, mas é tudo muito dinâmico. É verdade que temos muito contacto com algumas zonas onde o vírus aparece muito disseminado, como na Itália", admitiu numa referência à ligação dos argentinos com aquele país europeu.
Fernán Quirós esclareceu que "o paciente vive sozinho e relatou que, desde que voltou a Buenos Aires, não teve contacto social", pelo que "a possibilidade de contacto local é muito baixa".
"Temos a convicção de que a situação será contida", declarou.
A Argentina estendeu os controlos no aeroporto aos voos precedentes de Itália desde o dia 25 de fevereiro.
"Todos os voos têm controlos, mas os controlos nos aeroportos do mundo têm pouca evidência de conter o ingresso de doentes, como se viu na Itália. O mais importante é o alerta no sistema de saúde público ou privado", explicou o ministro González García.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo duas em Portugal.
Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.
Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco "muito elevado".