Bolsonaro faz pronunciamento ao país e nega que haja motivo para pânico

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, falou na noite de sexta-feira ao país, num pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, declarando que "não há motivo para pânico" em relação ao novo coronavírus (Covid-19).

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Lusa
07/03/2020 06:08 ‧ 07/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"O mundo enfrenta um grande desafio. Nos últimos meses surgiu um vírus novo, contra o qual não temos imunidade. Os casos iniciaram-se na China, mas o vírus já está presente em todos os continentes. O Brasil reforçou o seu sistema de vigilância nos portos, aeroportos e unidades de saúde e foi o primeiro país da América do Sul a lidar com a enfermidade", afirmou o chefe de Estado do Brasil, país que tem, neste momento, 13 casos de coronavírus confirmados.

"Convoco a população brasileira, em especial os profissionais de saúde, para que trabalhemos unidos e superemos juntos essa situação. O momento é de união. Ainda que o problema possa agravar-se, não há motivo para pânico. Seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas é a melhor medida de prevenção", acrescentou o mandatário.

No comunicado à nação brasileira, Bolsonaro destacou que o seu Governo tem transmitido, através do Ministério da Saúde, "informações diárias e transparentes" a todos os estados e municípios do país, para que eles coordenem o atendimento à população e prestem orientações técnicas para auxiliar na prevenção do vírus.

"Determinei ações para o funcionamento dos postos de saúde, bem como o reforço dos nossos laboratórios e dos nossos hospitais. (...) Os demais ministérios uniram esforços e, juntos aos demais poderes, seguirão garantindo o funcionamento das nossas instituições até o retorno à normalidade", indicou ainda Jair Bolsonaro.

O Brasil tem 13 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) no país, sendo que o Ministério da Saúde monitoriza 768 outros casos suspeitos, informou na sexta-feira o Governo brasileiro.

O país sul-americano registou 10 casos confirmados no estado de São Paulo, um no Rio de Janeiro, um no Espírito Santo e outro caso na Bahia.

Desde que o Brasil iniciou a monitorização do vírus, 480 casos já foram descartados.

A maioria dos infetados contraíram o vírus após terem viajado para países considerados de risco pelo Brasil, como Itália, Estados Unidos e Reino Unido.

Contudo, na quinta-feira, o país sul-americano registou os primeiros casos de transmissão local do vírus dentro do Brasil.

Dois pacientes paulistas infetados tiveram contacto com a primeira pessoa doente no país: um homem com 61 anos, residente em São Paulo, que viajou sozinho em trabalho entre os dias 09 e 21 de fevereiro para a região da Lombardia, no norte de Itália, e cuja confirmação do vírus foi feita na semana passada.

O ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, informou que o Governo federal deve divulgar na próxima segunda-feira novas medidas para o país enfrentar o novo coronavírus.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.456 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou 13 casos de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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