Um turista taiwanês-norte-americano que tinha estado no navio fez um teste que deu positivo, já depois de ter regressado a Taiwan. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou as autoridades egípcias deste novo caso, já depois de terem sido feitos os testes a todas as pessoas que se encontravam no navio.
As autoridades sanitárias do Egito descobriram inicialmente que 12 tripulantes egípcios do navio tinham contraído o vírus de rápida propagação e que não apresentavam sintomas, de acordo com uma declaração conjunta do Ministério da Saúde do Egito e da OMS, na sexta-feira.
O comunicado dizia que os 12 seriam transferidos para o isolamento num hospital na costa norte do Egito.
Entre os passageiros do cruzeiro encontram-se norte-americanos, franceses e cidadãos de outras nacionalidades e quer estes quer a tripulação permaneceram em quarentena no navio, aguardando os resultados dos testes.
Hoje, numa conferência de imprensa no Cairo, o ministro da Saúde, Hala Zayed, disse que 33 outros testes deram positivo.
Do total de 45 passageiros e tripulantes infetados, 19 são estrangeiros, adiantaram as autoridades.
O ministro da Saúde, Zayed, preferiu, porém, não referir as nacionalidades dos não-egípcios.
Estes novos casos detetados no cruzeiro elevam para 48 o número de casos confirmados de Covid 19 no Egito.
O Egito já tinha confirmado três casos do novo coronavírus - incluindo um chinês que, entretanto, já recuperou.
Amonios Salah, que trabalha como chefe de cozinha no navio, disse à agência Associated Press que a tripulação recebeu um inquérito do Ministério da Saúde sobre tripulantes com sintomas de gripe.
"Alguns de nós estávamos doentes. Alguns com febre", afirmou.
Os 12 tripulantes infetados foram isolados no 3.º andar do navio, longe dos turistas, incluindo duas crianças, explicou o chefe de cozinha de 30 anos. Os turistas ficaram à espera dos resultados dos testes.
A viagem que começou em Luxor, a cerca de 655 quilómetros a sul do Cairo, no último domingo, num navio de cruzeiro que tem 60 quartos, fez três paragens antes de chegar a Aswan.
No caminho de regresso houve outras três escalas, disse Salah, potencialmente expandindo o número de pessoas expostas ao vírus.
As autoridades egípcias estão muito pouco informadas sobre a epidemia do vírus, com apenas três casos confirmados antes destes do cruzeiro. Todo o Médio Oriente mais alargado tem agora mais de 6.000 casos confirmados.
"Ainda está por esclarecer quantas pessoas entraram em contacto com o grupo no navio infetado", disse um oficial sénior da polícia em Luxor. Os navios de cruzeiro no Nilo costumam atracar lado a lado, com passageiros que entram e saem a pé por várias outras embarcações. O oficial falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com repórteres.
A transportadora aérea nacional do país, Egypt Air, suspendeu os voos diretos para a China desde o final de janeiro. O vírus, originário da China, infetou mais de 100.000 pessoas em todo o mundo.
A epidemia de Covid-19, surgida no final do ano passado, na China, provocou já mais de 3.500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infetadas em pelo menos 94 países.
De acordo com os últimos dados oficiais da Direção-Geral da Saúde, Portugal tem 13 casos confirmados de Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus.
Com base no número mundial de infetados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".