"O país está atualmente a passar pela maior crise desde 1945. O partido decidiu que devemos dedicar toda a nossa atenção ao tratamento das consequências do coronavírus", justificou o presidente do partido, Mark Pack.
O processo de escolha de um sucessor para Jo Swinson, que se demitiu em dezembro na sequência dos maus resultados do partido nas legislativas, nas quais ela própria perdeu o assento de deputada, estava previsto decorrer entre maio e julho.
"Os liberais democratas sempre colocaram o interesse nacional em primeiro lugar e tenho orgulho do papel que desempenhamos na defesa do NHS [Sistema Nacional de Saúde] e dos profissionais de saúde, além de defender os trabalhadores por conta própria. Vamos continuar a escrutinar as políticas governamentais e lutar pelos mais vulneráveis na nossa sociedade", acrescentou Pack.
Ed Davey e Sal Brinton são atualmente os líderes interinos dos Liberais Democratas, tendo duas deputadas, Layla Moran e Wera Hobhouse, confirmado a intenção de concorrerem ao cargo.
Jo Swinson foi líder por apenas cinco meses, durante os quais ganhou destaque por defender a revogação do 'Brexit' e mostrar ambição em chegar a primeira-ministra, porém não conseguiu ser reeleita deputada na circunscrição de East Dunbartonshire, ao ser derrotada pelo Partido Nacionalista Escocês (SNP).
Os Liberais Democratas só elegeram 11 deputados para os 650 assentos na Câmara dos Comuns, menos um do que nas legislativas de 2017.
A pandemia covid-19 levou também os partidos Liberal Democrata, Plaid Cymru, Verdes e Partido Trabalhista do País de Gales a cancelarem congressos previstos para a primavera deste ano.
No entanto, o Partido Trabalhista decidiu manter a eleição de um novo líder para substituir Jeremy Corbyn, cuja votação termina na quinta-feira.
O anúncio do vencedor do cargo, disputado entre Keir Stamer, Rebecca Long-Bailey e Lisa Nandy, será feito a 04 de abril "num evento reduzido", cujo formato ainda não foi revelado.
No balanço publicado na quinta-feira, o Ministério da Saúde britânico deu conta de 11.658 casos positivos entre 104,866 pessoas testadas à covid-19, tendo 578 dos infetados morrido, mais 115 do que os 463 óbitos declarados na véspera.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 108.900 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.