Comandante de porta-aviões pede desembarque por descontrolo da pandemia

O comandante do porta-aviões norte-americano USS Theodore Roosevelt pediu autorização ao Pentágono para desembarcar a tripulação na ilha de Guam, na Micronésia, na sequência da propagação da covid-19 dentro do navio, noticiaram hoje dois jornais dos Estados Unidos.

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Lusa
31/03/2020 19:22 ‧ 31/03/2020 por Lusa

Mundo

EUA

 

"Não estamos em guerra. Não há razão para os militares morrerem", disse o capitão Brett E. Crozier, através de uma carta enviada à Marinha norte-americana, citada pela agência France-Presse (AFP), que cita os diários San Francisco Chronicle e New York Times.

O comandante do USS Theodore Roosevelt explica nesta missiva que depois da descoberta de três militares contagiados pelo novo coronavírus e, apesar de o porta-aviões ter atracado no porto de Guam, a doença continuou a espalhar-se pela tripulação.

A ilha de Guam é um território insular dos Estados Unidos da América (EUA), na Micronésia, no meio do Oceano Pacífico.

Brett E. Crozier acrescentou que o "espaço limitado" de uma embarcação de guerra que transporta mais de 4.000 tripulantes está a dificultar a contenção da covid-19 a bordo.

Por isso, o comandante quer deixar desembarcar uma parte dos militares, para mitigar a propagação da covid-19.

"Retirar a maioria da tripulação de um porta-aviões nuclear norte-americano (...) e isolá-los durante duas semanas pode parecer uma medida extraordinária", referiu, sublinhando, no entanto, que "é um risco necessário".

O Pentágono não confirmou a totalidade das alegações feitas na carta, mas admitiu que o comandante do USS Theodore Roosevelt "alertou, no domingo à noite, a frota do Pacífico das dificuldades que tinha em isolar" o SARS-CoV-2.

Contudo, um oficial da Marinha dos EUA esclareceu que Brett E. Crozier pediu "para abrigar vários tripulantes em instalações" militares, para "uma melhor separação" dos militares infetados.

"A Marinha vai tomar, rapidamente, todas as medidas para garantir a saúde e a segurança da tripulação do USS Theodore Roosevelt e está à procura de soluções para responder às preocupações do comandante", prosseguiu este oficial.

A pandemia SARS-CoV-2 já matou 40.057 pessoas em todo o mundo, das quais quase três quartos na Europa, segundo um balanço da agência AFP, atualizado às 16:20 de hoje, baseado em fontes oficiais.

Desde a eclosão da pandemia em dezembro passado, na China, 803.645 casos foram oficialmente declarados em todo o mundo, mais da metade deles na Europa (440.928), incluindo 29.305 mortes na Europa, o continente mais afetado.

Os Estados Unidos e Canadá têm, segundo os mais recentes números, 172.071 casos (3.243 mortes entre ambos) e 108.421 na Ásia (3.882 mortes).

Com 12.428 mortes, a Itália é o país com mais mortes no mundo, seguida pela Espanha (8.189) e pela China (3.305).

A AFP alerta, no entanto, que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está atualmente a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

 

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