Morreu Mhamed Khadad, dirigente histórico da Frente Polisário
O diplomata e dirigente histórico da Frente Polisário Mhamed Khadad morreu hoje vítima de doença prolongada, anunciou a presidência da República Árabe Sarauí Democrática (RASD).
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Mundo Argel
Em comunicado, a presidência exprimiu as "suas mais sinceras condolências" e decretou uma semana de luto nacional pela morte do homem que durante os últimos atuou como responsável pelos contactos com a missão da ONU para o Saara Ocidental.
"Hoje, o povo sarauí perdeu, sem nenhuma dúvida", um dos seus homens mais honrosos, leal, da era dos mártires, dos lutadores e líderes da Frente que acompanharam o processo sarauí desde o seu início, com toda sinceridade, sacrifício e generosidade", indica o texto.
Membro do secretariado nacional da Frente Popular para a Libertação de Sakia El Hamra e Wadi El Dahab e presidente do Comité de relações exteriores do secretariado nacional, Haddad, desempenhava a função de interlocutor e coordenador com a Missão da ONU para o Saara Ocidental (Minurso), e era um dos principais defensores de uma solução para o conflito através de um referendo de autodeterminação.
Haddad, que morreu num hospital de Madrid aos 65 anos, esteve particularmente envolvido nas batalhas judiciais com Marrocos relacionadas com a salvaguarda dos recursos naturais do Saara, incluindo nas suas águas ricas em pescado, e na questão dos direitos humanos.
O conflito na antiga colónia espanhola do Saara Ocidental eclodiu entre outubro e novembro de 1975, quando tropas marroquinas, acompanhadas por colonos civis, aproveitaram a débil fase final da ditadura franquista e ocuparam o território na designada "Marcha Verde" impulsionada pelo então monarca alauita Hassan II.
A ocupação implicou o início de um conflito armado da resistência sarauí com a Mauritânia -- concluído em 1980 -- e com Marrocos, suspenso em 1991 quando foi declarado um cessar-fogo e negociado um acordo para a realização de um referendo de autodeterminação supervisionado pela ONU.
Desde então, Marrocos e a RASD -- reconhecida pela União Africana e cerca de 70 países -- têm divergido sobre os moldes de concretização do referendo, em particular a composição das listas eleitorais e o estatuto do território.
A Polisário continua a exigir um referendo de autodeterminação enquanto Marrocos, que controla dois terços desde vasto território desértico banhado pelo Atlântico, propõe um plano de autonomia sob a sua soberania.
Na ausência de uma solução definitiva, a ONU continua a definir o Saara ocidental como um "território não autónomo".
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