Renamo defende distribuição de alimentos pelos pobres em Moçambique
A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, instou hoje o Governo a distribuir gratuitamente alimentos pelas famílias mais pobres, para aliviar os efeitos das restrições impostas pelo impacto do novo coronavírus.
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Mundo Covid-19
"A Renamo defende a distribuição de alimentação para que o apelo 'fique em casa' não se torne num dilema entre morrer à fome ou morrer de coronavírus", disse Alberto Ferreira, deputado da bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), na Assembleia da República.
A maioria das famílias moçambicanas vive do que ganha em cada dia e começa a ficar privada de rendimentos, acrescentou Alberto Ferreira.
Os moçambicanos, prosseguiu, vão ter enormes dificuldades de acatar as medidas de prevenção impostas pelo Governo, porque não têm luz, água canalizada e dinheiro para comprar artigos de higiene.
Alberto Ferreira assinalou que Moçambique enfrenta a pandemia da covid-19 num contexto de décadas de má gestão pública praticada pelo Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
"A pandemia da covid-19 soma-se a uma outra 'pandemia' de má gestão da coisa pública durante décadas", afirmou.
Por seu turno, Caifadine Manasse, deputado e porta-voz da Frelimo, pediu a união de todos os moçambicanos na luta contra a doença provocada pelo novo coronavírus, porque se trata de um "inimigo comum".
"A covid-19 não escolhe cor partidária, é um inimigo comum de toda a humanidade, independentemente da cor política", defendeu Caifadine Manasse.
Os deputados da Assembleia da República estão reunidos para debater o Programa Quinquenal do Governo de Moçambique (PQG), mas a sessão tem sido monopolizada por discursos sobre o impacto da covid-19 no país.
Moçambique regista 10 casos oficiais de infeção pelo novo coronavírus e vive em estado de emergência até final do mês, proibindo todo o tipo de eventos, públicos ou privados e até religiosos.
O país cumpre hoje o segundo dia de estado de emergência aprovado na terça-feira pelo parlamento, a pedido do Presidente da República, Filipe Nyusi, visando enfrentar a doença respiratória provocada pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil e cerca de 180.000 são consideradas curadas.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número de infeções pelo novo coronavírus em África ultrapassou hoje a marca dos seis mil casos (6.313), registando-se 221 mortes em 49 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente africano.
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