Jornais quase que deixaram de circular e ser impressos no Magrebe
Os jornais quase que deixaram de circular e ser impressos no Magrebe nos últimos dias, devido à pandemia do novo coronavirus, que entravou a sua distribuição, indicaram vários dirigentes do setor à AFP.
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Mundo Corona
Na Tunísia, os dirigentes dos sete diários e da vintena de outros periódicos decidiram cessar as respetivas publicações, indicou a Federação Tunisina dos Diretores de Jornais (FTDJ).
"Muitas assinaturas vinham de administrações e companhias aéreas, que estão fechadas, e a distribuição em quiosque sofreu", devido ao confinamento geral da população imposto desde 22 de março, disse o presidente da FTDJ, Taieb Zahar, à AFP.
As publicações que têm sítios na internet viram a frequência aumentar, mas "a publicidade também diminuiu", sublinhou Zahar, acentuando as importantes dificuldades que já existiam.
Por seu lado, o ministro da Cultura, da Juventude e dos Desportos de Marrocos apelou na semana passada a "todos os editores de jornais a suspenderem a publicação e a distribuição das edições impressas" até nova ordem, em comunicado divulgado pela agência noticiosa MAP.
Através de um porta-voz, o ministro sublinhou que "um grande número de pessoas recorre às versões em papel dos jornais, o que contribui para a propagação do vírus e torna necessário a sua interdição para preservar a saúde dos cidadãos".
Antes deste apelo, vários jornais marroquinos, como o Al Massae ou L'Opinion, tinham disponibilizado versões PDF, telecarregáveis gratuitamente nos seus sítios na internet.
Mas o novo Conselho Nacional de Imprensa, representativo dos jornalistas, contestou a decisão, e disse que não foi consultada. O ministério minimizou a crítica, considerando que esta decisão respeita apenas ao Governo.
Na Argélia, só alguns títulos continuam a sair, com tiragens limitadas, desde o início do confinamento geral, em 24 de março, e os leitores viraram-se para a internet.
Em Argel, os jornais em papel, tanto os do setor público como do privado, quase que desapareceram dos quiosques. Apenas alguns dos principais títulos estão nos escaparates de poucos quiosques abertos na capital.
"Somos nós próprios a garantir a distribuição apenas em alguns quiosques de Argel", lamentou Mohamed Tahar Messaoudi, jornalista no diário francófono El Watan.
Habitualmente distribuídos a partir de Argel, os jornais estão bloqueados, uma vez que "os transportes inter-wilayas (uma unidade administrativa) estão proibidos" e "os transportadores não querem deslocar-se por causa dos riscos associados à doença", explicou.
Os primeiros casos de contaminação com o novo coronavírus na África do Norte foram detetados no início de março.
Oficialmente, a Argélia tem 83 mortos, Marrocos 36 e a Tunísia 14.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 190.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
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