"Sete dos dez países mais afetados em todo o mundo estão localizados na Europa: depois dos Estados Unidos, temos Espanha, Itália, Alemanha, França, e depois da China e do Irão, temos Reino Unido, Turquia e Suíça", disse Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa.
O responsável indicava, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa sobre a situação da pandemia do vírus SARS-CoV-2, que a Europa tem "cerca de metade dos diagnósticos globais" e que número continua a aumentar de forma generalizada. "O número de casos confirmados em laboratório, esta manhã, era de 687.236, incluindo 52.824 pessoas que morreram", disse.
Hans Kluge chamou, ainda, a atenção para taxas de mortalidade "muito maiores do que o esperado" em alguns países, maioritariamente em pessoas com mais de 65 anos.
Fazendo uma análise dos países mais afetados no velho continente, o responsável regional disse que Espanha tem agora mais casos do que Itália, mas, "depois de 15 a 20 dias de implementação de medidas de restrição, o crescimento de novos casos parece ter abrandado e o número de mortes também começa a mostrar sinais de descréscimo".
Itália, por seu turno, "depois de semanas de quarentena", e "embora o número de casos continue a crescer, a taxa de crescimento está a diminuir consideravelmente".
However, cases within countries are not evenly spread. Lombardy in Italy and Madrid in Spain are bearing the brunt of the pandemic in their countries. Thankfully in both, the daily death toll is levelling off. @hans_kluge
— WHO/Europe (@WHO_Europe) April 8, 2020
Hans Kluge sublinha, porém que os casos de infeção não acontecem de forma homogénea. "A Lombardia, em Itália, e Madrid, em Espanha, estão a sofrer o impacto da pandemia nos dois países. Felizmente, nos dois, o registo diário de mortes está a equilibrar", indicou.
O responsável falou ainda da diminuição do número de casos na Alemanha, dez dias depois da implementação de medidas de proteção generalizadas. "A taxas de mortalidade e a idade média nos casos confirmados na Alemanha (1.3% e 49 anos, respetivamente) são mais baixas do que a média em qualquer outro lugar. Isto está ligado a vários fatores, incluindo demografia populacional e testagem alargada".
Sobre países que causam preocupação, o responsável disse haver algum alarme em relação à Turquia por "assistir a um aumento dramático da propagação do vírus na semana passada", com 60% dos casos a ser reportados em Istambul. Israel, Ucrânia, Bélgica e Noruega também mostram estar com tendência ascendente.
"Esta não é altura de relaxar medidas, mas de dobrar ou triplicar o esforço coletivo", defendeu Hans Kluge, apontando exemplos como a Turquia, o que demonstra que a transmissão comunitária ainda marca o progresso da pandemia. "Ainda falta um longo caminho nesta maratona", afirmou o responsável europeu da OMS, reforçando que o alívio de medidas de restrição social "requer ponderação cuidadosa".