Diretor da OMS na Europa: "Sete dos 10 países mais afetados são europeus"

A delegação da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa fez esta quarta-feira uma conferência de imprensa sobre a situação da pandemia da Covid-19.

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© Ida Guldbaek Arentsen /Ritzau Scanpix/ via REUTERS

Anabela Sousa Dantas
08/04/2020 11:35 ‧ 08/04/2020 por Anabela Sousa Dantas

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"Sete dos dez países mais afetados em todo o mundo estão localizados na Europa: depois dos Estados Unidos, temos Espanha, Itália, Alemanha, França, e depois da China e do Irão, temos Reino Unido, Turquia e Suíça", disse Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa.

O responsável indicava, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa sobre a situação da pandemia do vírus SARS-CoV-2, que a Europa tem "cerca de metade dos diagnósticos globais" e que número continua a aumentar de forma generalizada. "O número de casos confirmados em laboratório, esta manhã, era de 687.236, incluindo 52.824 pessoas que morreram", disse.

Hans Kluge chamou, ainda, a atenção para taxas de mortalidade "muito maiores do que o esperado" em alguns países, maioritariamente em pessoas com mais de 65 anos.

Fazendo uma análise dos países mais afetados no velho continente, o responsável regional disse que Espanha tem agora mais casos do que Itália, mas, "depois de 15 a 20 dias de implementação de medidas de restrição, o crescimento de novos casos parece ter abrandado e o número de mortes também começa a mostrar sinais de descréscimo".

Itália, por seu turno, "depois de semanas de quarentena", e "embora o número de casos continue a crescer, a taxa de crescimento está a diminuir consideravelmente".

Hans Kluge sublinha, porém que os casos de infeção não acontecem de forma homogénea. "A Lombardia, em Itália, e Madrid, em Espanha, estão a sofrer o impacto da pandemia nos dois países. Felizmente, nos dois, o registo diário de mortes está a equilibrar", indicou.

O responsável falou ainda da diminuição do número de casos na Alemanha, dez dias depois da implementação de medidas de proteção generalizadas. "A taxas de mortalidade e a idade média nos casos confirmados na Alemanha (1.3% e 49 anos, respetivamente) são mais baixas do que a média em qualquer outro lugar. Isto está ligado a vários fatores, incluindo demografia populacional e testagem alargada".

Sobre países que causam preocupação, o responsável disse haver algum alarme em relação à Turquia por "assistir a um aumento dramático da propagação do vírus na semana passada", com 60% dos casos a ser reportados em Istambul. Israel, Ucrânia, Bélgica e Noruega também mostram estar com tendência ascendente. 

"Esta não é altura de relaxar medidas, mas de dobrar ou triplicar o esforço coletivo", defendeu Hans Kluge, apontando exemplos como a Turquia, o que demonstra que a transmissão comunitária ainda marca o progresso da pandemia. "Ainda falta um longo caminho nesta maratona", afirmou o responsável europeu da OMS, reforçando que o alívio de medidas de restrição social "requer ponderação cuidadosa".

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