A agência Associated Press (AP) noticiou hoje que o governo da Guatemala pediu à administração norte-americana que cada voo de deportação tivesse um limite máximo de 25 imigrantes, bem como solicitou que cada pessoa fosse submetida a exames médicos antes da partida e que realizasse um teste à covid-19.
No entanto, segundo a AP, os voos norte-americanos, que foram retomados na segunda-feira, não cumpriram os requisitos, nomeadamente o número de pessoas transportadas a bordo.
Os dois voos que chegaram na segunda-feira tinham 76 e 106 migrantes a bordo, respetivamente, indicou a AP.
O Ministério das Relações Exteriores da Guatemala não esclareceu, até ao momento, os motivos deste incumprimento por parte dos EUA dos requisitos solicitados pelas autoridades daquele país da América Central.
A AP mencionou que estes voos ocorreram no mesmo dia em que o Departamento de Estado dos EUA anunciou que Washington ia manter a ajuda financeira aos chamados países do Triângulo do Norte (El Salvador, Guatemala e Honduras), com o objetivo de continuar a reduzir a imigração ilegal e de alcançar outros objetivos políticos.
Ao longo de 2018 e 2019, várias caravanas de migrantes, a maioria oriundos destes três países, tentaram alcançar e atravessar a fronteira norte-americana.
Em março de 2019, o Departamento de Estado norte-americano chegou a anunciar a suspensão da ajuda financeira a estes três países, com a administração do Presidente Donald Trump a acusar então os governos destes três Estados de nada fazerem para combater o fluxo migratório em massa.
Pelo menos três migrantes que chegaram na segunda-feira à Guatemala foram levados diretamente para um hospital para realizar testes à doença covid-19.
Um dos voos transportou 16 menores não acompanhados, segundo os serviços de imigração da Guatemala.
Antes da pandemia, os EUA também começaram a enviar cidadãos das Honduras e de El Salvador para a Guatemala.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Atualmente, os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes e de infetados pelo novo coronavírus.