Pandemia: ONU lança campanha para inundar internet com factos e ciência
As Nações Unidas vão lançar uma campanha para inundar a internet com factos e ciência relacionados com a pandemia de covid-19, para contrariar a "perigosa epidemia de desinformação" denunciada na terça-feira pelo seu secretário-geral, António Guterres.
© Lusa
Mundo Covid-19
O porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, afirmou que a organização vai estar "em contacto com várias empresas de redes sociais" e acrescentou que algumas delas estão ativamente a tentar detetar as fontes de desinformação e a suspender as contas de pessoas que publicam informações "completamente erradas e perigosas".
Dujarric disse ainda que a ONU reconhece que o equilíbrio entre liberdade de expressão e desinformação é delicado e que esse é "um 'jogo' que é praticado diariamente em todo o mundo, mesmo nas democracias mais livres".
"O que faremos é divulgar informação com base científica, que nos ajudará como comunidade global a combater o vírus. As redes sociais e organizações de notícias tomam essas decisões a toda a hora, mas acho que é importante que todos façamos o que pudermos para combater a proliferação de desinformação perigosa no combate ao vírus", concluiu o porta-voz da ONU.
O secretário-geral da ONU lamentou na terça-feira que num momento que deveria pertencer "à ciência e à solidariedade" se espalhem conselhos prejudiciais à saúde, assim como "mentiras e teorias da conspiração", e apelou ao mundo para "unir-se também contra esta doença".
Guterres saudou ainda "os jornalistas e todos aqueles que verificam os factos na montanha de histórias enganadoras e publicações nas redes sociais", acrescentando que as grandes empresas detentoras destas redes devem "fazer mais para eliminar o ódio e as afirmações nefastas relacionadas com a covid-19".
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 131 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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